A China alcançou dois novos recordes mundiais de energia limpa em 2015 – o primeiro por instalar um recorde de 30,5 gigawatts (GW) de energia eólica em um único ano, e o segundo por instalar 16,5GW de energia solar. Já o setor de energia solar indiano começou 2016 com uma redução de 7% nas tarifas para Rs 4,34/kWh (US6,5c), acrescentado rapidamente ao declínio de 20% alcançado apenas em 2015 (80% em apenas cinco anos). 
 
“Após divulgação dos relatórios no início desta semana, que anunciavam diminuição de 4-5% no consumo de carvão na China, em 2015, isso só vem a confirmar que os mercados globais de energia elétrica estão se transformando muito mais rapidamente do que se esperava”, disse Tim Buckley, diretor de Estudos em Finanças em Energia do Instituto de Economia e Análise Financeira em Energia – Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA).

 
“A Associação Chinesa de Energia Eólica (CWEA) anunciou uma estimativa preliminar de instalações feitas na China em 2015, com o recorde global de todos os tempos de 30,5GW, [i] 20-30% a frente até mesmo das previsões mais otimistas dos mercados financeiros. Isso reflete, em parte, uma correção da feed-in-tariff em qualquer parque eólico que for concluído após 1 de janeiro de 2016, o que acelerou o processo”, disse ele. “O cálculo oficial da Administração Nacional de Energia será apresentado em fevereiro, mas esperamos que ele corresponda à estimativa da CWEA”.
 
“Estima-se que a capacidade eólica total cumulativa que foi instalada em toda a China terá alcançado 145GW até o final de 2015. Isso é quase o dobro das instalações cumulativas de 75GW nos EUA, mais que o triplo de 43GW de energia eólica estimada na Alemanha (# 3 globalmente) e mais que cinco vezes os 26GW instalados na Índia até hoje (# 4 globalmente)”, disse Buckley.
 
Acredita-se que as instalações de energia solar na China em 2015 estabeleceram um novo recorde mundial para instalações anuais estimadas em 16,5GW, conforme foi relatado nos meios de comunicação da indústria de energia solar fotovoltaica chinesa nessa semana. [ii] A Alemanha no seu melhor ano alcançou um então recorde de 7,6GW de energia solar em 2012, enquanto a China relatou a instalação de 12,9GW em 2013, antes da manipulação política de incentivo a maior geração distribuída de painéis solares sofrer uma desaceleração nas instalações em 2014.
 
“O IEEFA prevê que a China vai instalar mais 24 gigawatts (GW) de energia eólica, 16GW de novas energias hidráulicas, um recorde de 6GW de energia nuclear e outro novo recorde de 18-20GW de energia solar em 2016 (60% de escala de utilidade pública, 40% de geração distribuída de painéis solares). A previsão é de que a demanda de eletricidade cresça apenas 3-4% face ao ano anterior. Em 2016, esses 65GW de capacidade adicional de eletricidade sem emissões de carbono será mais do que suficiente para atender o crescimento total da demanda, de modo que o consumo de carvão está previsto para cair novamente em 2016”, disse ele. “Ao mesmo tempo em que a China está estabelecendo novos recordes mundiais, a Índia continua a anunciar novas conquistas próprias para avançar na busca da sua meta de instalar 175GW de energias renováveis ??de maior baixo custo em 2021 e rapidamente melhorar a eficiência da rede”, disse Buckley.
 
Janeiro de 2016 trouxe ainda outro avanço na frente de energia solar indiana. As tarifas de energia solar na Índia caíram para um novo mínimo de Rs 4,34/kWh (~ US6,5 centavos/kWh). Foi relatado que a Fortum Finnsurya Energy da Finlândia ganhou uma licitação de leilão reverso para construir uma usina de energia solar de 70MW subordinada à proposta Bhadla Solar Park da NTPC. Do leilão de 420MW, os 350MW restantes foram ganhos em propostas de Rs 4,35 (140MW pela Rising Sun Energy Pvt Ltd e outros 140MW pela Solairedirect) e Rs4.36/kWh (70MW pela mais nova participante a Yarrow Infrastructure), indicando que o lance de Rs 4,34 não foi um caso isolado. [iii] Este lance de Rs 4,34/kWh representa uma queda de 7% em relação ao recorde de lances anteriores para baixa energia solar estabelecidos recentemente em novembro de 2015, quando a SunEdison ganhou 500MW a Rs 4,63/kWh (US$7,1c). O custo total de energia solar instalada na Índia caiu mais de 20% somente em 2015.
 
“Como um exemplo brilhante de programas de eficiência da rede, em janeiro de 2016, o Ministro de Energia Goyal anunciou um investimento de US$ 11 bilhões para a implantação de 30 milhões de bombas de irrigação solares para agricultores durante os próximos 3-4 anos. A economia anual em subsídios agrícolas existentes é modelada em US$ 3 bilhões, sugerindo que o programa é inteiramente e imediatamente comercialmente viável”, [iv] disse Tim Buckley.
A Bloomberg New Energy Finance divulgou na semana passada que o novo investimento da China em eficiência energética e energias renováveis ??aumentou 17%, face ao ano anterior para um recorde de US$ 110 bilhões em 2015. [v] Quase o dobro do gasto dos EUA de US$ 56 bilhões (aumento de 8% face ao ano anterior). O investimento da Índia aumentou 23%, para US$ 10,9 bilhões, o mais elevado
 desde 2011.
 
Tim Buckley é o Diretor de Estudos em Finanças em Energia da Australasia para o IEEFA. Tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, incluindo 17 anos com o Citigroup culminando em seu papel como Diretor Administrativo Chefe da Australasian Equity Research.