CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Os clientes da Webjet poderão ter acesso ao programa de milhagem da Gol, o Smiles, mesmo antes da unificação total das companhias, disse Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol.

“Na medida em que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] permita, queremos oferecer o benefício mesmo antes da integração completa das marcas”, afirmou há pouco, em conferência para analistas e investidores.

O executivo reiterou ainda o plano de manter as características atuais do Smiles da Gol, mesmo com o aumento da base de clientes, a partir da incorporação daqueles atendidos pela Webjet.

Mais cedo, Constantino Jr. disse que a compra da Webjet não deve acarretar em aumento nos preços da compahia.

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Na sexta-feira, a Gol anunciou a compra da Webjet por R$ 96 milhões (valor que será repassado aos sócios da companhia, que já desconsidera as dívidas da Webjet).

Analistas afirmaram, após o negócio, que a união das empresas poderia acarretar em um aumento de preços para os clientes Webjet –hoje com algumas das passagens mais baratas do mercado.

“O negócio não implicaria aumento de custos. Devemos ganhar eficiência e manter tarifas extremamente competitivas”, afirmou Oliveira Jr. durante teleconferência.

Ele afirmou também que o acordo não deve gerar demissões de funcionários e que a troca dos aviões da Webjet nos anos seguintes à integração e a continuidade no crescimento da demanda de passageiros permitira, inclusive, que as companhias mantivessem o processo de contratação de trabalhadores.

A Webjet tem 1.670 funcionários; a Gol, 18 mil.

 

 

MARCA

A marca Webjet deve desaparecer no longo prazo, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo Oliveira Jr., a integração das marcas ocorrerá em meio a um processo de aumento dos serviços aos passageiros da Webjet.

“Nós vamos manter a marca por algum tempo, principalmente até a aprovação do Cade. Mas, depois disso, teremos integração total”, afirmou.

“As duas empresas atuam no mesmo segmento e acho que a Gol tem condições de agregar serviços e produtos aos passageiros, como o programa de milhagens Smiles, número maior de frequência de voos, um padrão de frota mais jovem, check-in pela internet (…).”

NEGÓCIO

Em comunicado divulgado na sexta-feira, as companhias afirmavam que a aérea foi avaliada durante as negociações em R$ 311 milhões.

Nesta segunda, Pereira detalhou a dívida da Webjet. De acordo com ele, R$ 215 milhões compõem a parte financeira dos débitos, cujos credores são, atualmente, os bancos Bradesco, Safra e Citibank –instituições com quem, segundo Pereira, a Gol tem relação próxima.

Essas dívidas começam a vencer neste ano e vão até 2015. A meta da Gol, porém, é estender o prazo desses vencimentos. Uma forma de fazer isso, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), seria captar dinheiro no mercado.

De acordo com Pereira, ainda há R$ 120 milhões em dívidas da Webjet que não aparecem no balanço da companhia, já que são despesas que se referem a leasings operacionais.

Segundo ele, a dívida da Webjet não significará um aumento significativo no montante devido pela Gol atualmente.

 

Fonte: Folha.com