AE – Agência Estado

Tradicionalmente ligado à videoarte, o Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil chega à 17ª edição amanhã com uma proposta mais abrangente. Pela primeira vez, o vídeo não é a única linguagem nas inscrições para a mostra principal, que dará um prêmio de R$ 45 mil. A mostra, este ano intitulada Panoramas do Sul, compreende instalações, objetos, publicações, pinturas e fotografias de 101 artistas nacionais e estrangeiros. Esse ano, a exibição traz como destaque a exposição Seu corpo da obra, primeira individual do dinamarquês Olafur Eliasson na América Latina. Participam do festival a Pinacoteca do Estado e as unidades do Sesc Pompeia e Belenzinho.

Solange Farkas, curadora do evento, diz que essa mudança tem a ver com o momento pelo qual a arte contemporânea passa. “Muitos artistas deixaram de se ater a apenas uma linguagem e trabalham com várias”, diz. “Assim, não faz sentido valorizar especificamente a videoarte e ignorar a diversidade de referências e técnicas com que os profissionais criam”, completa.

De fato, além da arte contemporânea caber, cada vez menos, em definições pautadas somente pela linguagem, há uma mudança de paradigma. Muitos artistas querem mais do que a postura contemplativa do espectador. Exemplo disso é o trabalho de Olafur Eliasson, que pede participação ativa. No festival, aliás, ele apresenta dez instalações que prometem mexer com os cinco sentidos das pessoas.

A obra Sua cidade empática (2011) consiste em projeções, organizadas em sequências, que mostram formas trapezoidais e imagens de São Paulo, variando de cor e composição. Conforme a posição de quem vê, as imagens se sobrepõem de modos distintos e formam outras, em ângulos únicos. Outro trabalho que prescinde a participação é Seu corpo da obra (2011). Nele, um labirinto de painéis coloridos e translúcidos se reorganizam em variações cromáticas, à medida que o visitante o percorre.

Outros destaques são os artistas que participam da Panoramas do Sul, destinada à arte de países em desenvolvimento – independentemente de sua posição nos hemisférios. Há trabalhos da América Latina, África, Europa, Oriente Médio e Ásia. Entre os nomes mais conhecidos, estão o libanês Akram Zaatari, o argentino Marcello Mercado e o australiano Shaun Gladwell.

Dos brasileiros, destacam-se Eder Santos, Wagner Morales, Cinthia Marcelle, Nazareno e Rodrigo Bivar. Esse último mostra a série Ubatuba (2001), de óleos sobre tela. Outro participante que também trabalha com fotografia – utilizando-a como elemento mobilizador em seus vídeos – é o chinês Liu Wei. Em Unforgettable Memory (2009), um filme de 10 minutos, ele exibe uma foto dos protestos em Pequim, em 1989, contra o governo chinês, para lembrar as pessoas do ocorrido, e pede depoimentos. As informações são do Jornal da Tarde.

17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil – De amanhã até 29/01. SESC Pompeia (Rua Clélia, 93), tel. (011) 3871-7700. Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2), tel. (011) 3324-1000. Ingresso: R$ 6 e R$ 3 (meia). Grátis aos sábados. SESC Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000, Metrô Belém), tel. (011) 2076-9700. Gratuito.

 

Fonte: ESTADÃO