Empresas oferecem possibilidade de o cliente escolher número de quartos
Construtora Even criou departamento para o segmento; a MaxHaus surgiu em 2007 com essa mesma proposta
Rodrigo Capote/Folhapress |
O analista de sistema Marcelo Antunha Guedes, que comprou apartamento de 32,85 m²
DE SÃO PAULO
Para driblar os espaços cada vez menores, a customização dos apartamentos ganha mercado no setor imobiliário.
Algumas construtoras oferecem aos clientes a possibilidade de escolher, por exemplo, ter só um quarto em vez de dois para ampliar a sala ou ter uma cozinha americana no lugar da convencional.
A construtora MaxHaus surgiu em 2007 com essa proposta. Os imóveis têm tamanho único de 70 m² e apenas o banheiro é entregue com espaço já delimitado.
Os demais cômodos e as metragens são definidas pelo morador. Quem preferir pode ainda comprar outras unidades e juntar os espaços.
“Enxergamos uma oportunidade na ‘arquitetura aberta’. Quem determina as prioridades no imóvel é o consumidor. Se para ele o mais importante é a sala, por exemplo, pode fazê-la maior”, afirma a diretora de marketing da empresa, Luana Rizzi.
A executiva conta que entre as reclamações dos clientes em relação aos imóveis não customizados estão os espaços que não atendem às necessidades.
“Há consumidores que compararam o imóvel de 70 m² com um de 90 m² e preferiram o menor. O outro tinha quarto de empregada ou cômodos que não seriam usados e deixam os espaços menos aproveitáveis.”
A construtora Even também investiu no conceito e criou um departamento voltado ao segmento, chamado de “Excluseven”.
“Há uma tendência clara de personalização. Hoje, a maioria das unidades que entregamos tem alguma modificação”, afirma João Azevedo, diretor-executivo de incorporação da Even.
Pela proposta da construtora, o cliente tem acesso a várias plantas e pode, com um custo adicional, solicitar mudanças nos acabamentos.
Há ainda a possibilidade de incluir itens, como banheira de hidromassagem.
SEM REFORMA
Apesar do gasto extra, Azevedo diz que esse tipo de opção é mais vantajosa para quem já faria adaptações para transformar o ambiente.
“O cliente pode escolher a planta que mais atende às suas necessidades, evitando obras pós-entrega e mantendo a garantia da construtora”, ressalta ele.
O arquiteto Rafael Zampini, 30, procurava um imóvel usado para reformar e transformar em um espaço amplo, mas optou por comprar uma unidade da MaxHaus, que já vinha sem as divisórias.
“Queria fazer um apartamento no estilo loft, todo aberto. No final, ficaria mais caro por causa da reforma”, afirma o arquiteto.
Zampini, que mora sozinho, aproveitou espaços que não usaria e fez adaptações. “No lugar destinado à área de serviço, fiz uma sala de jantar. O prédio já tem uma lavanderia.” (MARIANA SALLOWICZ E TATIANA RESENDE)
Fonte: Folha de São Paulo