Cinco mochileiros sul-coreanos estão de passagem por São Paulo durante uma volta ao mundo para divulgar seu país. E aproveitam para se divertir e conhecer a cultura dos outros enquanto isso.

Para isso, sua estratégia foi se concentrar em mostrar, em cada país visitado, um prato típico da Coreia do Sul: o bibimbap.

Arquivo pessoal
Coreanos mochileiros no parque da Luz, em São Paulo, onde houve show de K-pop e seu 75º evento, neste sábado (8)
Coreanos mochileiros no parque da Luz, em São Paulo, onde houve show de K-pop e seu 75º evento, neste sábado (8)

Trata-se de uma tigela de arroz quente coberto por diferentes vegetais misturados, como cenoura, espinafre e abobrinha, além de cogumelos e um pouco de carne e ovo. Como tempero, vai a forte pimenta coreana Gochujang e óleo de gergelim.

O desafio, cumprido já em mais da metade, é fazer cem eventos pelo mundo com oferta gratuita do prato, em oito meses e meio.

“Todo mundo adora comida, e achamos que esse prato da culinária coreana é único, saudável e delicioso, além de bonito”, conta a ex-bancária Kyuwoon Chung, 27, uma das integrantes do grupo, explicando o atrativo.

Viaja com ela outra garota, a estudante de gerenciamento de esportes Hyunjin Park, 21; além dos rapazes Sangkyun Kang, 30; Myeongsik Kim, 30; ambos ex-funcionários da multinacional coreana LG; e o ex-militar Suchan Kim, 26.

Ou seja: nenhum deles é cozinheiro profissional. Mas aprenderam a elaboração do bibimbap com uma chef reconhecida pelo governo da Coreia do Sul.

Coreanos mochileiros diante do Coliseu, em Roma, oferecem prato típico de seu país

Coreanos mochileiros diante do Coliseu, em Roma, oferecem prato típico de seu país

 

ROTEIRO

Das cem festas culinárias pelo mundo, nove ficaram reservadas para São Paulo, de onde partem neste sábado (15).

Aqui, seus cenários incluíram lugares como o parque da Luz, com cem adolescentes –com festa de K-pop, música pop coreana–, onde foi o 75º evento; a escola de samba de Vila Maria; uma escola de capoeira; e uma associação de escoteiros.

Com início em 5 de abril, já transcorreram seis dos oito meses e meio de sua “turnê mundial”. Começaram pela Ásia, via cidades como Pequim (China), Bancoc (Tailândia), Calcutá e Déli (Índia); passando depois pela Europa, via Estocolmo (Suécia), Madri (Espanha), Paris (França), Londres (Reino Unido).

Arquivo pessoal
Coreanos mochileiros diante da ponte Millenium, em Londres
Coreanos mochileiros diante da ponte Millenium, em Londres

Agora estão na segunda parte da viagem, atravessando as Américas. Começaram pela costa oeste da América do Norte, com cidades como Vancouver, Seattle, San Francisco e Los Angeles. Depois de São Paulo, visitarão Buenos Aires, partirão para a costa leste da América do Norte e voltarão à Coreia do Sul, em 15 de dezembro.

CUSTOS

Quanto custou esta viagem? Cerca de US$ 122.000 –sendo que ainda vão precisar arranjar uns US$ 22.000 desse total.

Maurício Kanno/Folhapress
Quinteto de mochileiros coreanos em casa no Bom Retiro (SP)
Quinteto de mochileiros coreanos em casa no Bom Retiro (SP)

A maior parte, 70% dos custos do projeto, foram pagos por eles mesmos. Para o restante, tiveram o apoio do ministério da Agricultura e Alimentação de seu país. Uma companhia de alimentos os fornece o tempero.

Mas eles também conseguem ajuda da comunidade coreana em cada país que visitam, já que são sempre grandes cidades. Por exemplo, em São Paulo, estão na casa do tio de dois deles, no Bom Retiro.

Como é difícil viajar com tanta comida, a empresa envia os temperos para cada cidade que estiverem visitando. E o grupo compra cada ingrediente necessário em mercados locais.

Uma situação curiosa foi que, pela dificuldade do idioma, no Brasil compraram rúcula ao invés de espinafre para o bibimbap. E em grande quantidade, para preparar cem tigelas para o próximo evento.

“Ficamos preocupados, porque não costumamos comer rúcula na Coreia”, disse Kyuwoon. “Mas preparamos do nosso jeito e amigos brasileiros disseram que gostavam mais com rúcula mesmo.”

Saiba mais sobre eles em seu blog.

 

Fonte: Folha