Uma crise política prolongada no norte da África e a manutenção do preço do petróleo acima de 100 dólares podem jogar o mundo mais uma vez em uma recessão. O alerta foi feito nesta terça-feira pelo diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, que deixou claro que a turbulência pode afetar a recuperação da economia mundial.
Os confrontos na Líbia – o primeiro produtor importante de petróleo a ter sua produção afetada pela revolução social que está se alastrando pelo norte da África e pelo Oriente Médio – e o discurso desafiador do ditador Muamar Kadafi pressionaram os preços do produto, derrubaram as bolsas e jogaram para cima a cotação do dólar no Brasil.
O preço do petróleo retomou o patamar de 2008 e teve alta de 0,68%, tendo fechado o pregão desta terça-feira em 106,46 dólares para o barril de petróleo do tipo Brent, negociado em Londres. No mercado de Nova York, a elevação foi maior ainda, de 9,22%, e o preço do barril fechou em 94,15 dólares. A Bovespa caiu 1,22%, a Bolsa de Nova York, 1,44%, e a de Milão, 1,06%. A Itália é um dos países mais expostos à crise na Líbia.
No Brasil, também pressionado pela turbulência nos países do norte da África, o dólar teve alta de 0,30% e fechou o dia cotado a 1,672 real. No mercado global, houve corrida por ativos tradicionais, como o ouro e o franco suíço. A prata atingiu seu maior nível em 34 anos. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tentou garantir ao mercado que a produção dos demais países seria aumentada para compensar os problemas na Líbia. Já a AIE disse que colocaria à disposição suas reservas estratégicas, em caso de necessidade.
(com Agência Estado)
Fonte: Revista VEJA