Participantes conheceram alguns aspectos relacionados à cadeia produtiva de flores tropicais, além de variedades utilizadas para cultivo
O Workshop Potencialidades e Perspectivas da Produção de Flores Tropicais no Mato Grosso do Sul realizado na quarta-feira, 18 de maio, na Expoagro reuniu cerca de 180 pessoas interessadas na temática. Ao longo do dia, os participantes obtiveram informações conceituais sobre floricultura, sobre a produção e o processo de pós-colheita de flores tropicais, identificaram aspectos relacionados ao mercado de produção de flores em Mato Grosso do Sul e conheceram algumas experiências regionais de produção de flores.
O Gerente local da Embrapa Transferência de Tecnologia Escritório de Negócios de Dourados, Huberto dos Santos Paschoalick, disse que na região ainda se sabe pouco sobre flores tropicais e que, antes de estabelecer esse novo mercado produtivo, é preciso conhecer diversos aspectos relacionados a essa cultura, tais como: controle de pragas e doenças, adaptação das espécies, entre outros aspectos. “O que estamos fazendo agora é aprender e conhecer melhor quais são as demandas do mercado, as espécies e as estratégias de manejo. Porém, já identificamos possibilidades e perspectivas positivas para que uma cadeia produtiva dessa natureza possa florescer em Dourados e região”, disse. Ele falou ainda sobre outras iniciativas no âmbito estadual e que a expectativa é que através desse Workshop se possam estabelecer novos rumos para essa atividade.
A pesquisadora da Agraer e responsável pelas atividades da Unidade de Observação localizada na Embrapa Transferência de Tecnologia, Liliane Kobayashi Leonel, explicou que a produção de flores tropicais em Dourados ainda demanda uma maior quantidade de pesquisas, que estão sendo gradativamente realizadas. “Estamos trabalhando na terceira Unidade de Observação e ainda conhecendo quais as espécies e formas de manejo mais adequadas”, explicou.
O representante do Sindicato Rural de Dourados, Ademar Roque Zanata, enfatizou que a floricultura é um dos negócios que movimenta uma considerável quantia de recursos financeiros e espera que, através desse evento, possam ser identificados potenciais de mercado. Segundo ele, há mais de cinco anos são realizados estudos na região para identificar oportunidades e desafios para o mercado de floricultura, que revelam um cenário promissor para esse ramo de atividade, contribuindo para a geração de emprego e renda.
O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Charleston Gonçalves, falou sobre a produção e o processamento pós-colheita de flores tropicais. Ele comentou que, segundo dados do IBGE, a floricultura está entre as dez mais rentáveis cadeias produtivas. Porém, enfatizou que exige muito conhecimento técnico e mercadológico e destacou que “não se deve entrar nesse mercado sem conhecer o sistema produtivo, só porque se acha bonito. O mercado de floricultura é muito exigente e existe espaço apenas para profissionais qualificados, caso contrário pode-se perder muito dinheiro”.
Em sua apresentação, Charleston apresentou diversos aspectos técnicos relacionados à produção de flores tropicais, tais como: produção de mudas e formas de propagação; espaçamento durante o plantio; adubação; irrigação – demanda água para produzir; pragas e doenças – cuidados fundamentais, pois plantas doentes, danificadas ou feias não são comercializadas; manejo pós-colheita – resfriamento, limpeza, hidratação, classificação e embalagem; processo de comercialização – transporte e compradores. Ele também apresentou uma gama de variedades de plantas utilizadas para decoração, tanto para corte quanto para cultivo em vaso.
Ainda pela manhã, os participantes obtiveram informações sobre o mercado de flores tropicais em MS, através de palestra do coordenador de pesquisa da Agraer, Antonio de Oliveira Filho. Segundo ele, no Estado existe um grande potencial para produção de flores tropicais/tradicionais, plantas em vasos, bonsai e topiária, suculentas e cactáceas, ornamentais/arborização, recomposição vegetal, forrações e gramas, paisagismo e jardinagem e biotecnologia vegetal. “Para o fortalecimento da cadeia produtiva de floricultura no Estado, temos inúmeras necessidades que passam pela criação de uma Câmara Setorial, realização de diagnósticos, catálogo de espécies nativas, eventos específicos, missões técnicas, desenvolvimento de mercado próprio, capacitações técnicas permanentes e crédito especializado, programa de pesquisas, inserção no ensino, uso da mídia, entre outros aspectos”, finalizou.
As experiências do produtor de flores, presidente da Associação de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais de MS e publicitário, Mário Ribeiro Marques Filho, também foram apresentadas aos participantes. “A floricultura é uma alternativa de produção ideal para pequenas propriedades rurais que desejam agregar renda à sua produção, mas que só terá êxito no Estado mediante qualificação e associativismo”, disse Mário.
No período da tarde, os participantes do workshop assistiram à palestra de Produção Integrada (PI) de flores e plantas ornamentais, ministrada por Ana Paula Artimonte Vaz, da Embrapa Transferência de Tecnologia Escritório de Negócios de Campinas. Ela destacou que a PI pode contribuir com melhorias da gestão da propriedade, diferenciação de produtos e de mercados, abertura de novos mercados internos e externos. “Os consumidores estão cada vez mais exigentes e o ideal é que os novos produtores se adequem a essa tendência de mercado”, acrescentou.
Depois da palestra os participantes foram divididos em dois grupos. Um deles participou da oficina de arranjos florais, ministrada por Clarice Latache, que é paisagista e decoradora de Recife/PE. Outro grupo optou por realizar uma visita à Unidade de Observação de flores da Embrapa Transferência de Tecnologia. O Workshop sobre Flores Tropicais foi uma realização da Embrapa Transferência de Tecnologia Escritório de Negócios de Dourados, Agraer e Sindicato Rural de Dourados em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste e MS Flores.
Outra atividade – Na sexta-feira, 20 de maio, das 7h às 18h, será a vez dos interessados em ovinocultura participarem do IV Simpósio de Ovinocultura: Exigências de mercado, comercialização e custos, que está sendo realizado em parceria com a UFGD/FCA, Câmara Setorial de Ovinocaprinocultura, Seprotutr, Sindicato Rural de Dourados, Ascogran, Embrapa Caprinos e Ovinos e Embrapa Agropecuária Oeste. Temas relacionados ao mercado, a comercialização e viabilidade econômica da carne ovina, produção programada de cordeiros para abate, qualidade da carne e soluções para integração da cadeia produtiva de ovinocultura estarão em debate durante todo o dia na Expoagro. As inscrições para o Simpósio são gratuitas e podem ser feitas no local, das 7h às 8h.
fonte: Portal do Agronegocio