O governo da Dinamarca, país do norte da Europa, incluiu Curitiba e São Paulo no roteiro prévio da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), que acontece em dezembro em Copenhague. No início de setembro, o seminário “Brasil-Dinamarca: Cooperação em Meio Ambiente”, que aconteceu em Curitiba, debateu soluções tecnológicas sustentáveis e relevantes para os setores de tecnologia limpa.

Segundo o embaixador dinamarquês, Svend Roed Nielsen, que veio prestigiar o encontro na Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), o Brasil tem crescido extremamente bem nos últimos dez anos, a despeito da crise econômica. “Muitas empresas dinamarquesas têm feito seus primeiros movimentos em direção à América Latina e, neste momento em que os mercados europeus estão estagnados ou negativos, diversas companhias nossas têm interesse em se estabelecer no Brasil”, revelou Nielsen. “Espero que nos próximos dois ou três anos possamos ter vinte, trinta ou até quarenta, das maiores e mais competentes companhias dinamarquesas aqui no Brasil. Por causa da distância, do idioma e das tradições, isto não é algo para pequenas ou médias empresas, mas sim para as maiores e mais profissionais”, afirmou.

O cônsul honorário da Dinamarca, Victor Barbosa, que recebeu o embaixador em Curitiba, destacou o intercâmbio de conhecimentos que deverá ser ampliado nos próximos anos. “Já existe uma relação tradicional entre o governo dinamarquês e o brasileiro. Aqui mesmo no Paraná temos empresas dinamarquesas da área de biotecnologia e de tecnologia de ponta. Como o Brasil tem se sobressaído economicamente, os dois países têm uma grande oportunidade de criar novas oportunidades de negócios”, disse Barbosa.

Em 1971, a Dinamarca criou o primeiro Ministério de Combate à Poluição. Com o impacto da crise do petróleo, na década de 70, o país desenvolveu muitas soluções para enfrentar desafios energéticos e ambientais e hoje se destaca no setor de tecnologias limpas. “No Paraná estamos muito esperançosos, porque a Dinamarca é um dos países que mais têm cumprido os acordos das convenções internacionais ligadas ao meio ambiente. Fazer parceria com a Dinamarca é conquistar um espaço maior nas questões ambientais e de qualidade de vida, o que nós também procuramos fazer aqui no estado”, declarou o vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, que participou da abertura do seminário ocorrido no CIETEP – Centro dos Trabalhadores e Empresários do Paraná.

Pré-sal
Svend Nielsen comentou a reserva de petróleo estimada em 100 bilhões de barris, situada a sete quilômetros de profundidade no litoral brasileiro, o Pré-sal, dizendo que antes de tudo é preciso fazer uma exploração correta, de modo que não se tenha derramamento de óleo no oceano e outras consequências negativas dessa produção.

“Em meu país ainda temos que desenvolver tecnologia para explorar nossas reservas em águas profundas, mas nossa única preocupação é desenvolvê-la sem impactos nocivos para a natureza”. O novo embaixador acrescentou que alguns afirmam que se o Brasil produzir muito petróleo, vai esquecer de economizar energia e deixará de ter uma produção limpa. “Também acho tentador se possuir muitos recursos energéticos e usá-los de maneira ineficiente, mas penso que os políticos brasileiros entendem que essas reservas devem ser organizadas da maneira certa, pois são uma tremenda possibilidade para o Brasil.”

Revista Ecoturismo