A energia elétrica pesará mais no bolso do consumidor, sendo que seu preço deve subir 12% nos próximos três anos. Essa é a previsão, que faz parte de um estudo sobre o setor elétrico nacional divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas (Ipea), e leva em consideração a renovação das concessões das usinas que o governo federal terá de promover em 2013.
Segundo o estudo, o preço do megawatt-hora deve passar dos atuais R$ 121 para entre R$ 136 e R$ 141 no período. Isso porque as novas concessões das usinas serão distribuídas em licitações públicas, as quais devem estabelecer novos preços para venda de energia. “A nova licitação é uma obrigação constitucional”, afirmou o professor Adilson de Oliveira, autor do estudo do Ipea. “Mas ela deve criar um aumento preocupante”.
Ainda, Oliveira enfatizou que os preços estão indexados à inflação. As concessões dadas às usinas já previam isso. O novo preço base, porém, terá de ser redefinido e provavelmente será elevado. Entretanto, o professor ressaltou que existem alternativas
para a redução do aumento. Uma delas é uma nova forma de gerenciamento de água das usinas geradoras de energia.
Ele disse que hoje esse gerenciamento é feito com o objetivo da redução da possibilidade de racionamento de energia no país. Oliveira defende que sejam estabelecidos parâmetros para que, quando os reservatórios tenham níveis de água satisfatórios, as usinas usem essa água excedente, produzam mais eletricidade e reduzam o preço da energia.
“O governo precisa estabelecer um nível de segurança, onde não há risco de racionamento ou apagão”, afirmou. “O restante deve ser definido pelo mercado.”