Um ano letivo na Think Global School custa 208.000 reais. Mesmo para aqueles que recebem bolsas de estudos, as viagens encarecem as despesas
Fazer parte de um projeto inovador como a Think Global School é caro. Por ano, a família deve estar apta a desembolsar cerca de 125.000 dólares, algo em torno de 200 000 reais. Esse preço inclui despesas acadêmicas, taxas e custo de moradia e alimentação. Estão fora dessa cifra, porém, as despesas com passagens aéreas e com os vistos para os 12 países que fazem parte do circuito. Para quem não é um felizardo herdeiro milionário só existem dois caminhos a seguir: planejar com antecedência uma gorda poupança, ou contar com a ajuda de bolsas de estudo fornecidas pela escola.
Segundo estimativas do economista Samy Dana, professor de finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), se o planejamento for feito em cinco anos, é preciso poupar cerca de 12.000 reais por mês para, ao fim do período, dispor de todo o dinheiro necessário para custear os quatro anos do ensino médio. Se os interessados dispuserem de dez anos, terão de economizar cerca de 5.000 reais mensalmente. Os valores levam em conta a taxa de remuneração da poupança, de 0,5% ao mês.
Dispor de tal quantia ainda é um luxo reservado a poucas famílias no Brasil. “Uma despesa desse montante não está disponível para a classe média alta. São quase 20.000 reais ao mês. Estamos falando de uma elite brasileira que possui renda mensal superior a 200.000 reais.”, diz o economista Dana. Suas estimativas sugerem que apenas cerca de 15.000 famílias brasileiras teriam condições de pagar integralmente as depesas com a Think Global School. “Se lervarmos em conta que muitas dessas famílias possuem mais de um filho e desejam proporcionar a mesma educação para os dois, esse número se reduziria ainda mais”.
Joann McPike, fundadora da escola, sabe que a renda de muitas famílias está longe de alcançar as cifras acima. “Reconhecemos que é um sacrifício fincanceiro muito grande, mas queremos tornar nossas escola acessível a mais gente”, diz. A exemplo de instituições de ensino superior da Europa e dos Estados Unidos, a Think Global School recebe doações de patrocinadores e entusiastas da causa. Com esse fundo, oferece bolsas de estudo. “Quase todos os nossos estudantes recebem algum tipo de ajuda de custo”, conta Joann.
A ajuda, porém, não cobre as despesas com passagens aéreas nem com os trâmites dos vistos necessários. Um aluno brasileiro, por exemplo, desembolsaria cerca de 4.500 reais por uma passagem aérea para Pequim, apenas um dos 12 destinos da Think Global School. Por isso, mesmo para aqueles que recebem a bolsa de estudos, a opção ainda é cara. Mas é um investimento de retorno quase certo. Jovens com esse tipo de formação estarão qualificados para as melhores universidades do mundo, o que significa uma formação superior de qualidade – e um passaporte para cargos bem remunerados nas maiores empresas do mundo.
Fonte: VEJA