Em diversas casas, moradores já improvisam pequenos reservatórios, com os quais conseguem realizar tarefas como lavar a louça, cozinhar alimentos e consumir durante o dia
A falta de água já é uma realidade constante em diversos municípios do estado de São Paulo. O racionamento já vem sido sentido em diversas localidades, com cortes semanais e até mesmo diários nas residências. As dificuldades encontradas por diversas famílias também tem sido enfrentadas com novas ideias e criatividade para contornar as limitações impostas no dia a dia.
É o caso dos moradores de dois condomínios em Suzano, região metropolitana de São Paulo. Com diversos problemas no abastecimento, eles passaram mais de 65 horas sem água, segundo os condôminos. A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) afirmava que a questão se referia a baixa pressão da água que não conseguia encher a caixa d’água, que estava sempre vazia.
A solução encontrada foi buscar o uso de bombas de água, que conseguem captar água e encher uma outra caixa instalada no edifício. Assim, a água captada passa por esse novo recipiente até ser bombeada para a maior delas, de onde é distribuída pelos apartamentos (saiba mais sobre essas bombas aqui). Com isso, o problema de falta de água que acometia frequentemente as famílias foi solucionado, beneficiando todos os 72 apartamentos.
O valor do investimento foi dividido entre todos eles, e teve custo médio de R$ 1,2 mil. Os benefícios são sentidos na ausência quase completa de corte de água. Entretanto os moradores ainda mantém medidas de racionamento e controle de desperdícios, atitude que também contribui para uma frequência cada vez maior do recurso, mesmo nos dias de maior dificuldade, já que a água da caixa é compartilhada e utilizada aos poucos por cada um.
Rodízio entre moradores também foi adotado
Outro condomínio da mesma cidade adotou outras medidas para sanar a questão do abastecimento de água. Sem ter o recurso nem mesmo chegando ao local onde moram, os condôminos estipularam uma espécie de rodízio entre eles mesmos, para que a água reservada seja distribuída de maneira igualitária e todos consigam realizar suas tarefas básicas do dia a dia.
Nesse condomínio, dividido em duas partes, síndico fecha o registro dos apartamentos da frente, que recebem água primeiro. Antes, a parte de trás do prédio acabava sem nenhum fornecimento justamente porque o pouco de água que chegava ficava somente restrito ao outro setor do edifício. Assim, ela consegue ser redistribuída de maneira mais justa. Além disso, as famílias também alegam ausência total do recurso em certos dias, necessitando até mesmo da aquisição de caminhões-pipa para suprir as necessidades.
As soluções dependem, principalmente, em contornar a situação dependendo dos agravantes de cada localidade. Em diversas casas, moradores já improvisam pequenos reservatórios, com os quais conseguem realizar tarefas como lavar a louça, cozinhar alimentos e consumir durante o dia. Essas propostas já começam a se tornar realidade em muitos locais, já que a crise hídrica é a maior de todos os tempos no país. A previsão é de um ano difícil mesmo com chuvas em 2015, o que agravará ainda mais a atual situação.