O que está por vir das viagens espaciais é o ponto central de uma exposição no Museu de História Natural de Nova York, que recria os próximos avanços na área por meio de simuladores, maquetes e objetos reais.
“O que nos mostra esta exibição é que a prospecção espacial só está começando, que existem coisas fabulosas por fazer”, disse o responsável de astrofísica no museu e curador da amostra, Michael Shara.
A exposição, que abriu neste sábado com o título de “Beyond Planet Earth: The Future of Space Exploration” (Além do Planeta Terra: o futuro da prospecção espacial, em tradução), repassa alguns destes avanços fabulosos, como a possibilidade de fazer turismo espacial e a colonização de Marte.
Até alguns anos atrás, essas missões espaciais só faziam parte do cinema e da literatura de ficção científica, mas atualmente são centros de diversos projetos científicos.
É o caso do plano de colonizar Marte, que estará um pouco mais perto depois que a Agência Aeroespacial Americana (Nasa) enviar em 2012 ao planeta seu robô explorador “Curiosity”, um passo importante para que os humanos possam estabelecer-se ali no futuro.
A mostra tem ainda uma réplica em tamanho real desse robô, além de simuladores interativos para dar uma ideia ao visitante de como será explorar o planeta vermelho e transformá-lo em um local habitável.
“No futuro, poderemos ir a Marte e começar a torná-lo um lugar mais parecido com a Terra”, revelou Shara. Segundo ele, “de um mundo frio e sem vida, Marte se transformará em um local de plantações, animais e humanos, o que será um apoio para nós”.
Por meio de uma minuciosa maquete, o museu nova-iorquino aborda o projeto de construir uma base no polo sul da Lua, já que há um ponto neste local que oferece horas de luz quase constantes e suficientes para gerar eletricidade.
Assim, o mundo que imaginaram cineastas como Georges Méliès (1861-1938), diretor de “Viagem à Lua” (1902), é cada vez menos de ficção científica.
Méliès mostrou uma Lua habitada que recebeu o impacto de um foguete com exploradores a bordo. Agora o museu nova-iorquino revela aos visitantes um protótipo de moradia que talvez algum dia sirva de lar aos astronautas na Lua.
A exposição inclui uma reprodução do que seria um “elevador lunar”, uma estrutura para facilitar o transporte de humanos e mercadorias entre a base lunar e a Terra.
Outras seções da mostra tratam de explorações de uma das luas de Júpiter, que para os estudiosos poderia abrigar vida e das estrelas que ficam fora do sistema solar e contam com planetas próprios.
Apesar de os projetos serem cada vez mais próximos da realidade, o responsável pelo museu lembrou que seguem dependendo de grandes investimentos, o que amplia as dificuldades.
“Se a Rússia, os Estados Unidos, a Europa e o Japão se unissem em vez de investirem em projetos separadamente, poderíamos ir a Marte em 20 anos, mas se não agirem conjuntamente podemos demorar 50 ou até cem anos”, estimou Shera.
Nesta mesma linha, a mostra aborda não só as viagens ao espaço, mas também a importância da colaboração neste tipo de projetos, “o que permitiu a construção, por exemplo, da estação espacial internacional”, disse Shera.
Outra vertente que explora a mostra são as viagens turísticas espaciais, com veículos como o avião que desde 2009 está sendo desenvolvido pela empresa Virgin Galactic, que projeta oferecer voos ao espaço ao preço de US$ 200 mil por passagem.
O museu ainda dedica espaço a uma exposição a missões espaciais históricas como o lançamento do satélite Sputnik em 1958, a primeira viagem do homem ao espaço, feita pelo russo Yuri Gagarin (1934-1968) em 1961, e o início em 1990 do telescópio espacial Hubble, que ainda funciona.
Mais informações podem ser obtidas no site do museu, cujo endereço é amnh.org. A exposição vai até agosto de 2012.
fonte: folha de sp