As autoridades filipinas preparavam nesta segunda-feira a realização de enterros coletivos dos corpos em decomposição das vítimas do desastre provocado no sábado pela tempestade tropical Washi, que deixou mais de 600 mortos na ilha de Mindanao.
Dirigentes locais na cidade portuária de Cagayan de Oro e Iligan, onde famílias inteiras foram arrastadas enquanto dormiam em bairros pobres junto ao litoral, disseram que os corpos não reclamados que se acumulam nos necrotérios e hospitais representam um risco para a saúde.
A Cruz Vermelha informou que o saldo das inundações provocadas pela tempestade tropical Washi chegava 652 mortos, apesar de o Conselho Nacional de Desastres anunciar que o número de vítimas fatais era de 632.
As estimativas sobre pessoas desaparecidas variam constantemente à medida que novas vítimas são identificadas, mas a Cruz Vermelha anunciou que o paradeiro de pelo menos 900 pessoas, número que o Conselho Nacional de Desastres reduziu a 82.
Aldeias inteiras foram varridas pelas águas, enquanto estradas e pontes foram destruídas, segundo testemunhas.
“As regiões afetadas são tão extensas que as buscas não puderam cobrir toda a região. Muitas casas foram arrastadas pelas águas, o que significa que os corpos (dos moradores) também foram levados”, disse Gwen Pang, secretária-geral da organização.
A ilha de Mindanao (sul), uma das regiões mais pobres das Filipinas, onde há uma rebelião separatista, foi a mais afetada. A tempestade tropical atingiu com especial força a cidade portuária de Cagayan de Oro e Iligan, disse Gwen Pang.
A tempestade também deixou estragos na pequena ilha de Negros. Na madrugada deste domingo chegou à ilha de Palawan (oeste), sobre o Mar da China Meridional, segundo os serviços meteorológicos.
O governo e a Cruz Vermelha das Filipinas lançaram chamados de ajuda para alimentar, vestir e abrigar mais de 35 mil pessoas refugiadas nos centros de evacuação.
As autoridades compararam Washi com o tufão Ketsana, um dos mais mortíferos dos últimos anos, que inundou grande parte de Manila em 2009, causando a morte de 464 habitantes.
O Exército, que mobilizou cerca de 20 mil soldados, continuava retirando cadáveres enterrados sob montanhas de lama.
fonte: folha de sp