Com mais de US$ 2 bilhões já investidos em áreas de conservação na América Latina e Caribe, previsão é de aumento da necessidade de recursos nas próximas décadas
O fotógrafo Sebastião Salgado faz a palestra de abertura do fórum de representantes de 20 fundos que financiam os mais importantes projetos de conservação do meio ambiente na América Latina e no Caribe nesta quarta-feira (2 de novembro). Em discussão, estarão os desafios do financiamento ambiental em um cenário de baixo crescimento da economia global e grandes crises humanitárias como a dos refugiados no Oriente Médio e Europa, que competem com a necessidade crescente de recursos na área ambiental.
No encontro, estarão reunidos especialistas em finanças, empresas envolvidas em produtos relacionados à biodiversidade, governo e doadores do peso, entre eles o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (Global Environmental Facility – GEF), a USAID (agência de cooperação dos EUA), o Banco Mundial e o KfW (Banco de Cooperação alemão) para analisar, entre outros temas, a questão da competição com outras questões consideradas emergenciais e também com outros recipientes de investimentos em meio ambiente.
“A assembleia da RedLAC é o mais importante fórum de discussão e troca de experiências sobre financiamento ambiental na América Latina, uma arena única de encontros, em que, durante três dias, grandes doadores, fundos ambientais, representantes do governo e ONGs dedicam-se integralmente à troca de experiências”, diz Rosa Lemos de Sá, Secretária-Geral do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que organiza o encontro e completa 20 anos contabilizando a administração de projetos no valor de meio bilhão de dólares no país.
Um estudo de 2014 do próprio Funbio sugere que parte do dinheiro direcionado para a América Latina e Caribe pode passar a ser destinado ao continente africano. “O futuro do ambiente financeiro nas área protegidas” aponta soluções como maior eficiência na gestão e diversificação com maior participação do setor privado, além da compensação (pagamento) de serviços ambientais.
A Assembleia de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe (RedLAC) também vai se debruçar sobre temas como contribuição de Fundos Ambientais Patrimoniais (Environmental Trust Funds) para a implementação do Acordo do Clima de Paris, o papel do setor privado na conservação, o marketing de produtos que destinam parte da renda para proteção ambiental e a comunicação das questões ambientais e climáticas para as novas gerações e a busca do engajamento da geração milênio e da geração Z, com a participação do cineasta Fernando Meirelles.
Patrocinada pelo BNDES, que responde pela gestão do Fundo Amazônia, o encontro anual da RedLAC no Brasil também vai discutir tendências, como a do crescimento de projetos transnacionais e que impacto eles estão tendo entre as instituições de financiamento para a conservação na América Latina.
SERVIÇO
XVIII ASSEMBLÉIA ANUAL DE FUNDOS AMBIENTAIS DA AMÉRICA LATINA E CARIBE
DATAS: 1, 2 e 4 de novembro de 2016
1º de novembro – 19 horas
Cerimônia de Abertura – Torre de Televisão
Eixo Monumental, s/n – Jadim Burle Marx, Brasília – DF
Estarão presentes:
Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho
Liliana Ayalde, Embaixadora dos EUA no Brasil
Marilene Ramos, Diretora de Infraestrutura do BNDES (a confirmar)
Álvaro de Souza, Presidente do Conselho do Funbio
02 de novembro
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada
SHTN Trecho 1 Conj 1B, Bloco C – Asa Norte, Brasília – DF, 70800-200
09h – Abertura Oficial
09:30h – Sebastião Salgado
10:30h – intervalo
11h – Painel “O futuro do financiamento para os fundos ambientais
Claude Gascon – Gerente de Programa GEF (Fundo Mundial para o Meio Ambiente)
Adriana Moreira – Especialista Sênior em Meio Ambiente – Banco Mundial (Bird)
Jens Mackensen – Divisão de Agricultura e Gestão de Recursos Naturais para a América Latina e Caribe – KfW Bankegruppe
Moderador: Lorenzo Rosenzweig – FMCN, México
12h – Assinatura de MoU entre Caribe-Pacífico (Marfnd, Pacífico e CBF)
13h – Painel: Muito além do offset, A experiência brasileira
José Pedro de Oliveira Costa – Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente
Erika Bechara – Profª de Direito Ambiental da PUC-SP
Rosa Lemos de Sá – Secretária-Geral do Funbio
Moderadora: Ana Cristina Barros – Diretora de Infraestrutura para Conservação na América Latina – The Nature Conservancy (TNC)
14h – Painel: Comunicação como ferramenta de transformação
Fernando Meirelles – Diretor, Produtor e Co-fundador da O2 Filmes
Fernando Luna – Diretor Editorial da Revista Trip
Steve Winter – Fotógrafo, National Geographic
Jorge Oviedo – Gerente-Geral do Fondo de la Iniciativa para las Americas (FIAES)
Moderador: Helio Hara – Coordenador de Comunicação e Marketing – Funbio
15:30 h – Intervalo
16h – Painel: Mudanças Climáticas e o papel dos fundos ambientais
Juliana Santiago – Chefe do Dpto do Fundo Amazônia do BNDES
Thomas Heller – Presidente do Conselho e fundador do Climate Policy Initiative
Alberto Paniagua – Diretor-Executivo do Fundo para Promoção das Áreas Naturais Protegidas do Peru (Profonanpe)
Moderadora: Daniela Lerda – Coordenadora da Aliança para o Clima e Uso da Terra (CLUA) no Brasil
04 de novembro
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada
SHTN Trecho 1 Conj 1B, Bloco C – Asa Norte, Brasília – DF, 70800-200
9h – Painel: Biodiversidade e o setor privado
Cláudio Pádua – Diretor do Instituto Ipê
Karina Ugarte – Fondo Mexicano
André Mello – Juçaí Beleza Pura (Acaí da Mata Atlântica)
Moderadora: Rosa Montañez, Fundación Natura, Panamá
10h – Painel: Salvaguardas
Agi Kiss – Conselheira Sênior para Diversidade e Salvaguardas (Ásia e Europa Central) – Banco Mundial
Yoko Watanabe – Especialista Sênior em Biodiversidade – GEF
Sineéia do Vale – Coordenadora Wapichana do Dpto, de Gestão Territorial e Ambiental do Conselho Indígena de Roraima
Moderadora: Maria Jose Gonzalez – Diretora-Executiva – Mesoamerican Reef Fund (MAR Fund)
11h – intervalo
11:30h – Painel: Tropical Forest Conservation ACT – TFCA