Já há companhias interessadas em concessões de aeroportos, como a Azul; TAM considera entrar como sócia
Gol afirma que seu foco não é operar terminais, mas que vai estudar sua participação em concessões
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O governo federal espera atrair as companhias aéreas para explorar os terminais de aeroportos que passarão às mãos privadas. Há poucos detalhes do plano, mas já há empresas interessadas no negócio, como é caso da Azul Linhas Aéreas.
Os editais para a construção de novos terminais em Guarulhos e Brasília foram prometidos para a semana que vem, mas somente o relatório de viabilidade econômica desses empreendimentos deverá ficar pronto.
Em janeiro, a Folha antecipara que Dilma Rousseff decidira entregar à iniciativa privada a construção e a operação de novos terminais. Nesta semana, o governo anunciou que haverá três tipos de concessão.
O objetivo é acelerar as obras para a Copa-2014 e a Olimpíada-2016. A iniciativa, porém, dá oportunidade para que empresas menores ampliem sua atuação no mercado.
A Azul está interessada não só em Viracopos (Campinas), em que concentra sua operação, mas também em outros aeroportos. Furar o duopólio Gol-TAM é bem-visto pelo Palácio do Planalto, interessado em aprofundar a concorrência.
“Nós temos muito interesse em estudar a participação em projetos de concessão de aeroportos. Acreditamos que temos como contribuir para aumentar a eficiência e oferecer um produto mais harmonioso para os viajantes”, afirma o diretor de relações institucionais da Azul, Adalberto Febeliano.
TERCEIRO AEROPORTO
David Neeleman, fundador da Azul e da JetBlue nos Estados Unidos, conta com bom trânsito no governo. Durante a campanha presidencial, ele e Dilma chegaram a conversar sobre a proposta de construção de um terceiro aeroporto na região metropolitana de São Paulo.
Gol e TAM são simpáticas à instalação dessa nova estrutura em Caieiras (35 km de SP), um projeto defendido pelas construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Neeleman, porém, é contra.
Na reunião do governo para tratar dos modelos de concessão na segunda-feira passada, Dilma foi na mesma linha. Afirmou que erguer essa nova estrutura em Caieiras prejudicaria as operações de Viracopos.
Sobre o plano de concessões, a Gol diz que seu foco não é operar terminais ou fazer obras, mas transportar passageiros. Porém não descarta estudar participação.
“Qualquer medida que melhore as condições dos aeroportos é bem-vinda”, disse o diretor de relações institucionais, Alberto Fajerman.
A TAM já declarou ter interesse em entrar como sócia minoritária para participar parcialmente da administração de um aeroporto.
Especialistas dizem que a média do prazo para lançar um edital é de 36 meses, considerando otimista o prazo de lançar os primeiros editais em breve.
Fonte: Folha de S. Paulo