Quando caminhava pelo bairro de Bellavista ao lado de sua amante Matilda, o poeta Pablo Neruda (1904-1973) viu um terreno íngreme à venda nessa área de Santiago.
Imediatamente, eles decidiram comprar a propriedade e ali construíram uma casa em formato de barco.
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Anos mais tarde, o local, chamado de “La Chascona”, virou um museu que deu início à revitalização do bairro. O que nem ele e nem Matilda imaginavam é que, décadas depois, o bairro de Bellavista se tornaria um SoHo chileno, atraindo artistas, escritores, músicos e poetas.
Já nos anos 90, foi a vez da vizinhança se tornar berço do movimento chileno de street art, hoje mundialmente reconhecido pela originalidade de seus grafiteiros.Nos muros das ruas planas de Bellavista, artistas como Basko Vasko e Ceki começaram a pintar e a desenvolver um estilo chileno de fazer grafite à semelhança de intervenções em Los Angeles e em São Paulo.
Hoje, o bairro é uma galeria a céu aberto -coberta por grafites criativos nos muros de casas, lojas, ateliês, restaurantes e bares.
O passeio ideal por Bellavista começa após o almoço, com a visita ao museu “La Chascona” e, depois, com uma caminhada até anoitecer, quando convém parar para um happy hour.
Também dá para esticar a pé até o bairro vizinho da Providência, onde há discotecas, bares e casas noturnas.
Em 2009, na mostra “Né Dans La Rue”, da Fondation Cartier de Paris, o grafite chileno foi reconhecido. Sua história consta do documentário “Chile Estyle”, do cineasta chileno-canadense Pablo Aravena, a ser lançado neste ano.
Fonte: Folha