Estudo da Embrapa mostra os benefícios dos ganhos de produtividade no
campo: entre 1970 e 2010, o preço real dos alimentos reduziu pela
metade. Para a agricultura alcançar tal desempenho há dois fatores
estratégicos: um deles é a adoção de inovações tecnológicas. Além do
aumento da produtividade, os avanços trazem ganhos ambientais; basta
ver como o aumento da produção tem sido infinitamente superior à
abertura de novas áreas. O outro fator decisivo é uma política efetiva
de assistência técnica e extensão da rural aos agricultores.
De acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, da Presidência da
República, a assistência técnica aos médios agricultores e às
propriedades familiares chega a quadruplicar seus ganhos: a renda
média aumenta de R$ 639 por hectare para R$ 2.309,00. A FAO, órgão da
ONU para Agricultura e Alimentação, chega a conclusões semelhantes. O
órgão avalia que nos países de baixa renda e em desenvolvimento os
recursos aplicados em Pesquisa são os instrumentos mais efetivos de
apoio à agropecuária. Aponta, ainda, a importância dos investimentos
em infraestrutura, crédito para aquisição de insumos e Educação do
agricultor.
Esses dados demonstram que as empresas que pesquisam e desenvolvem
Novos Ingredientes Ativos para a proteção de cultivos no País estão no
rumo certo da extensão do saber ao campo. São inúmeras ações de
Educação e Sustentabilidade, desenvolvidas há muitos anos. Apenas
alguns exemplos a serem mencionados: o Sistema Integrado de Manejo na
Produção Agrícola Sustentável, SIMPAS; uma parceria entre ABAG,
ABRASEM, ANDA, ANDEF, Faculdade Dr. Francisco Maeda e IPINI; o curso
MBA em Fitossanidade, em parceria com o IAC, de Campinas; o Programa
EcoVegetal, que tem o apoio do Instituto Ambiental do Paraná; e o
Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos, realizado com o apoio da ABAG
e com a parceria estratégica da FAO/ONU.
Outra iniciativa que merece destaque é o Prêmio Andef, que alcançou,
dia 24 de junho deste ano, sua 16ª edição com o tema “Inovação e
Sustentabilidade – Uma nova revolução verde”. Este trabalho da
Associação Nacional de Defesa Vegetal, singular em todo o mundo, é
desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias, inpEV; a Associação Nacional dos Distribuidores de
Insumos Agrícolas e Veterinários, Andav; a Organização das
Cooperativas Brasileiras, OCB; e a Fundação de Estudos Agrários, da
Esalq-USP. Este ano, a premiação passou a contar também com a parceria
da Enactus, Organização Internacional que reúne acadêmicos e líderes
de instituições públicas e empresariais, e da Associação Brasileira
das Agências de Comunicação, Abracom.
Comparando alguns números atuais do País com o que havia no ano de
1998, quando foi criado o Prêmio Andef, percebe-se a dimensão de sua
trajetória. O Brasil era formado por uma população de 135 milhões de
pessoas e, no mundo, havia 5 bilhões de habitantes. Ou seja, em apenas
16 anos o planeta ganhou mais 2 bilhões de pessoas para alimentar.
A produção rural apenas começava a delinear os contornos do vigoroso
agronegócio que, hoje, o mundo tanto admira; o País colhia uma safra
de 66 milhões de toneladas de grãos. De novo: em apenas 16 anos, o
Brasil praticamente triplicou a colheita, que este ano foi de 184
milhões de toneladas. Em todos esses anos, não faltaram dificuldades
para os setores produtivos. E, nunca é demais enfatizar, alguns desses
percalços, tais como: ineficiências na infraestrutura de armazenagem e
transportes; excessiva carga tributária e anacronismo e lentidão no
marco regulatório, fatores que mantêm o elevado Custo Brasil e inibem
um avanço mais vigoroso do desenvolvimento.
Na 16ª edição do Prêmio Andef, o conjunto de ações e projetos de
Educação do setor de defensivos agrícolas no ano de 2012 capacitou e
beneficiou 6.114.987 milhões agricultores. O aumento no número de
agricultores beneficiados, em relação ao ano anterior, foi de
expressivos 42%. Tais resultados permitem afirmar, sem dúvida, que o
Prêmio Andef é, hoje, em quantidade, qualidade e na efetividade dos
projetos, a maior premiação da agricultura brasileira. Sobretudo
porque os seus resultados se traduzem em mais e melhores alimentos nas
mesas de milhões de brasileiros e em todo o mundo.
*João Sereno Lammel, engenheiro agrônomo, é presidente do Conselho
Diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef.
Fonte: Revista Agroanalysis – Ed.: Julho/2013