A principal estrela do Fórum Internacional de Sustentabilidade de Manaus, o cineasta James Cameron, foi aplaudido de pé em um auditório lotado na tarde deste sábado por empresários, ambientalistas, autoridades e outros participantes do evento que discute a importância da preservação da floresta amazônica. Com um discurso contundente e crítico em relação à destruição dos recursos naturais do planeta, Cameron criticou a geração de energia a partir de combustíveis fósseis, previu grandes tragédias e falou várias vezes sobre a situação dos povos indígenas do Brasil.

O diretor chegou até a afirmar que o governo brasileiro deveria reconsiderar a decisão de construir a usina hidrelétrica de Belo Monte, que vai afetar as populações ribeirinhas por causa da mudança de curso do rio Xingu. Cameron comparou as populações indígenas da Amazônia aos Navi’s, personagens da superprodução “Avatar”, que no filme precisam combater invasores que querem exterminá-los para explorar o mineral de seu planeta.

Cameron disse que muitas pessoas em todo o mundo ainda estão em processo de negação, e que “Avatar” foi feito para gerar um efeito emocional que entre em contato com as pessoas que ainda se recusam a aceitar a ameaça ambiental que paira sobre o planeta. Para ele, o sucesso do filme em todo o mundo é uma prova de que o mundo está pronto para realizar todas as mudanças necessárias para deter as alterações climáticas e outros problemas ambientais que poderão acarretar grandes tragédias.

Ele usou como exemplo comparativo uma cultura de bactérias que se desenvolve em um determinado ambiente criado em laboratório. As bactérias se reproduzem e consomem os recursos de seu ambiente. “Afinal, elas são programadas para isso”, explicou o diretor. Em um determinado momento, quando se esgotam estes recursos, estas mesmas bactérias começam a morrer de fome até desaparecer. “Talvez a raça humana não desapareça, pois somos mais inteligentes que as bactérias. Mas quando ultrapassarmos o limite do planeta, nossos netos e bisnetos sofrerão com a fome e a miséria.”

Cameron destacou que o planeta não aguentará por muito mais tempo a forma como o homem vem avançando de maneira destruidora sobre os recursos naturais. Segundo ele, a tragédia do Haiti será pouco diante do que pode acontecer com a Humanidade, caso as mudanças climáticas não sejam detidas nos próximos anos. “Se houver um aumento de dois graus na temperatura do planeta, conforme o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) apontou para este século, pelo menos 42 espécies de plantas da floresta amazônica irão desaparecer. Além disso, os rios irão subir por causa do degelo e as comunidades ribeirinhas estarão condenadas.”

O diretor usou uma cena de seu filme “Titanic” para explicar a urgência nas ações para salvar o meio ambiente. “Desde o momento em que o iceberg é avistado, em que eles tocam a sineta três vezes, até o momento do impacto, foram noventa segundos. Será que não estamos vivendo simbolicamente este momento dos noventa segundos? Vale lembrar que, quando o Titanic afundou, tivemos vítimas da primeira e da quarta classe. No caso do planeta, as tragédias também afetarão todos da mesma maneira.”

Cameron também defendeu a ideia de que o Brasil seja remunerado por manter a floresta amazônica intacta. “O Brasil não tem que pagar sozinho se os outros países estão poluindo e se beneficiando da floresta daqui”, afirmou.

Perguntado se o povo norte-americano havia entendido a mensagem do filme Avatar – uma vez que os Estados Unidos não assinaram o protocolo de Kyoto e relutam em participar de um acordo global de redução de emissão de gases de efeito estufa -, Cameron respondeu que há muitas pessoas que ainda questionam os alertas dados pelos cientistas sobre as conseqüências das mudanças climáticas. Porém, já há muito debate sobre o assunto, o que é um bom sinal.

No final de sua apresentação, Cameron foi cumprimentado por Jecinaldo Saterê, índio saterê mawe, que é secretário de Estado do Amazonas para Assuntos Indígenas.

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