Nesta hora de incerteza,
De cansaço e de agonia,
Nesta hora em que,de novo,
A guerra se prenuncia,
Neste momento em que o povo
Não tem rumo e nem tem guia,
Ó Jesus,agora e sempre
Tu és a nossa alegria
Nesta hora seca e torpe,
De vergonha e hipocrisia,
Quando os homens apodrecem
Nos banquetes e na orgia,
Nesta hora em que a criança
Atravessa a noite fria,
Tu és a nossa esperança]
Tu és a nossa alegria .
Alegria manifesta,
Que brotou e se irradia
De uma simples e modesta
E sublime estrebaria,
Alegria nunca ausente,
Alegria onipotente
Que palpita para o crente
E faz dele um novo ser;
Alegria cristalina,
Doce,mística,divina,
Que nos toma e nos domina
E nos enche de poder.
Tu és a nossa alegria
Santa alegria senhor
Que nos une e nos separa
E nos fecunda de amor
Por isso cantamos hinos,
Temos prazer no louvor,
Até nas horas escuras
Do afastamento e da dor.
Cantai ó povos da terra
Trazei harpas e violinos ,
Oboés,cítaras,guitarras,
Harmônios,címbalos,sinos,
Clavicordios e fanfarras,
Coros de virgens e mártires.
De meninas e meninos
Cantai ó povos da terra
Trazei avenas e tubas,
Flautas,flautins,clarinetas,
Celos,clarins e tambores
E metálicas trombetas
E puríssimos cantores.
Cantai,ó povos da terra
Trazei pássaros e fontes,
Bulícios,rios e ventos,
Rochas,arvores enormes,
Alvos lírios orvalhados,
Palmas viçosas luzindo,
Sons da noite,vozes múltiplas
Dos animais e das águas,
Das pedras e dos abismos,
Das florestas intocáveis
E dos mundos subterrâneos,
Sons da madrugada clara,
Estalos de galhos verdes.
Doces ruídos domésticos,
Talheres e louças brancas,
Sons de fábricas , ruídos
De teares e bigornas,
De madeiras e metais,
Passos pesados de botas
De militares erectos,
Passos macios e quentes
De rosadas colegiais
Cantai,ó povos da terra
Cantai de noite e de dia,
Na tarde pesada e morna
Na manha ágil e fria,
Na aflição ou na ventura,
Ao nascer, ou na agonia
Jesus,Senhor dos Senhores
Tu és a nossa alegria
Tu és a nossa alegria
Tu és a nossa alegria