A campanha #florestafazadiferenca promove nesta semana a 3ª Vigília pelas Florestas e acompanha, ao vivo pelo site www.florestafazadiferença.org.br, a votação na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal do PLC 30/2011.
Desde segunda-feira (21), as audiências dos senadores têm sido tumultuadas, por causa das divergências e do prazo mínimo de 48h – entre a leitura e a votação do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) – para discussão dos temas de extrema relevância sobre o meio ambiente, mostrando que não houve o debate ambiental suficiente prometido anteriormente pelos relatores do substitutivo do Código Florestal.
O fato é que o substitutivo, que propõe mudanças ao Código Florestal, lido na Comissão de Meio Ambiente (CMA) pelo relator da matéria, senador Jorge Viana, não alterou pontos essenciais como a anistia a crimes ambientais, permitindo a não recuperação de áreas de preservação permanente e de reserva legal ilegalmente desmatadas.
Marina reclamou da pressa na aprovação do relatório. “Foi aprovado de forma açodada, 201 emendas foram apresentadas ao relatório do senador Jorge Viana e foram apreciadas em menos de duas horas. Então foi uma votação açodada. O relatório foi apresentado na segunda-feira, com um dia só de intervalo [para a votação] e foi aprovado com anistia para desmatadores”, disse.
Também conscientes da gravidade da situação, estão pressionando e marcando presença importantes organizações da sociedade civil que se uniram e criaram o Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento, que atualmente conta com quase 200 integrantes incluindo CNBB, CUT, Via Campesina, OAB, Greenpeace, WWF-Brasil, ISA, IDS, SOS Mata Atlântica, entre outros.
Além disso, mesmo com dificuldades para entrar no Senado e, ainda, sofrendo confronto com a polícia legislativa, estudantes da UnB e integrantes do Comitê Universitário protestam, nesta quinta-feira (24), contra as mudanças na legislação ambiental e chamam atenção para a causa. Eles também alertam contra a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.
Marina Silva pressionará Dilma
Em seu blog, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma que o texto apresentado na CMA “é bom, para quem desmatou. Se os ajustes não forem incorporados, restará somente a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff, para que cumpra o compromisso assumido durante as eleições de 2010 e vete os dispositivos que anistiem desmatamentos ilegais ou reduzam áreas protegidas”.
Após a votação na quarta-feira (23/11), Marina anunciou que fará campanha para pressionar a presidenta Dilma Rousseff a vetar o projeto aprovado pelas comissões do Senado e que irá para o plenário antes de voltar para nova análise na Câmara dos Deputados antes de ter sanção ou veto presidencial. “Diante do que aconteceu aqui, só nos resta a campanha para que a presidente Dilma cumpra com o acordo que assumiu com a sociedade brasileira de que vetaria qualquer anistia para desmatador”, afirmou Marina.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também afirmou que vai tentar impedir a aprovação do texto no plenário da Casa, e caso não consiga, pedirá à presidente Dilma Rousseff que vete a proposta. “Vamos ao plenário continuar a resistência porque esse texto vai na contramão do mundo, que pensa em preservar as florestas e o meio ambiente para as gerações futuras. No Brasil estamos institucionalizando o desmatamento. Vamos pedir à presidente que vete o texto”.
Para o Comitê Brasil, o cronograma, apressado e insuficiente para as discussões que um tema de tamanha importância demanda, atende apenas aos interesses dos ruralistas, que pretendem que o texto passe com o mínimo de alterações possíveis e seja finalizado ainda neste ano.
A mobilização continua e o site #florestafazadiferenca segue na coleta de assinaturas contra as mudanças. Participe! Faça você também a diferença nesta campanha em defesa das florestas e da biodiversidade.
Com informações Blog da Marina Silva, G1
fonte: WWF