Um microscópio de coerência óptica no qual uma gota de água funciona como lente líquida permite a observação e captação de imagens sem precedentes debaixo da pele, informaram neste sábado os cientistas.
A professora de óptica da Universidade de Rochester (Nova York), Jannick Rolland, apresentou seu estudo perante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências realizada em Washington.
A técnica de microscopia de coerência óptica, uma tecnologia para a visualização rápida, ao vivo e sem destruição dos tecidos, é uma variação da tomografia de coerência óptica usada para conseguir resoluções comparáveis com as de um microscópio de duas lentes.
Desta maneira é possível obter imagens tridimensionais das células e tecidos sem causar danos.
A equipe liderada por Jannick melhorou os rendimentos com a substituição das lentes de vidro por uma gota de água.
“Minha esperança é que esta tecnologia leve à eliminação dos processos e despesas significativamente inconvenientes” no exame e diagnóstico de lesões da pele”, disse.
Além disso, a professora manifestou que, “por exemplo, quando um paciente chega à clínica com um nevo melanocítico, não seria necessário um corte na pele ou uma custosa análise da imagem por ressonância magnética”.
Um nevo melanocítico é uma pequena mancha pigmentada na pele, com bordas definidas, e formada por células névicas carregadas de melanina. Podem se localizar em qualquer profundidade da pele (epidermes, derme ou, com menos frequência, no tecido subcutâneo) e em qualquer parte do corpo.
No lugar da cirurgia para retirá-la “um pequeno aparelho portátil poderia fazer uma imagem que ajudasse a classificar a lesão no próprio consultório”, disse Jannick.
No aparelho a gota de água ocupa o lugar da lente e à medida que o campo elétrico em torno da água se transforma, a gota muda de forma e isto diferencia o enfoque da lente.
Isto permite que o aparelho faça milhares de imagens focalizadas em diferentes profundidades sob a superfície da pele e a combinação destas imagens cria uma totalmente focalizada de até um milímetro de profundidade na pele humana.
Jannick disse que o processo foi testado com sucesso na pele humana viva e vários artigos foram publicados em revistas especializadas.
O próximo passo, acrescentou, é o começo do uso em um contexto de pesquisa clínica para a avaliação de sua capacidade para diferenciar diferentes tipos de lesões.
fonte: Terra