Uma semana depois de instalar um gabinete de crise para conter o crescimento do desmatamento na Amazônia, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve em Sinop (MT), com o ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, para acompanhar o trabalho de campo dos agentes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre abril e maio deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou o desmate de 477 km² de floresta no Mato Grosso, que foi responsável por 80% de todo o desmatamento verificado na Amazônia Legal no período.

A ministra visitou uma área de 120 hectares, desmatada recentemente. No local, foram apreendidos dois tratores e um correntão, uma espécie de corrente de metal espessa que, presa a dois tratores, é usada para derrubar uma extensa área de floresta em um curto espaço de tempo. O dono da área, agora embargada, foi multado em R$ 600 mil. O terreno seria usado para o plantio de arroz. Só neste ano o Ibama já apreendeu 1.670 toneladas de arroz cultivadas em áreas de desmatamento ilegal.

Aproximadamente 500 agentes do Ibama estão na região. Eles trabalham com outros 200 homens da Força de Segurança Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. O Ibama aguarda a chegada de pelo menos 160 homens do Exército ainda hoje. Eles ficarão divididos em quatro bases para cobrir todos os polígonos. As ações no estado devem seguir até o dia 31 de julho.

Izabella reafirmou a meta do Governo de reduzir o desmatamento na Amazônia em 2011 para 3.500 km², metade do que foi registrado no ano passado. Segundo a ministra, o crescimento do desmatamento no Mato Grosso é mais que inaceitável e suja a imagem do estado que se esforçou nos últimos meses para produzir com sustentabilidade.

Impressionado com a devastação, Cardoso classificou de “intolerável” o crescimento do desmatamento e garantiu que os infratores vão “sofrer as sanções legais com todo o rigor”.

Ao final da visita, o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, garantiu que seguirá o exemplo do Pará e proibirá o uso co correntão no estado. Barbosa também pretende enviar ao Banco Central a lista dos proprietários das áreas desmatadas ilegalmente para restrição de crédito.

De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, os desmatadores que estão apostando na ilegalidade vão se frustrar porque o Governo Federal “vai trabalhar arduamente pelo desmatamento zero”, o que, segundo ele, será possível com o monitoramento de áreas embargadas.

ASCOM

fonte: MMA