O desastre com o navio Costa Concordia levou a um inchaço de turistas nas proximidades de Porto Santo Stefano, na costa do Argentário, em frente à ilhota onde o incidente ocorreu, informa a imprensa italiana.
De 130 turistas na semana passada, a pequena ilha de Giglio, em cuja costa o acidente ocorreu, acomoda hoje 1.080 turistas –sem contar as equipes de resgate.
Os turistas que querem ver o impressionante navio parcialmente submergido em frente a Giglio já estão sendo chamados de “turistas do horror”.
“Nunca vi uma coisa do gênero em um mês de inverno”, disse ao site Leggo.it Libero Schiaffino, um dos responsáveis pela vende de bilhetes para os dois barcos que fazem a travessia entre o continente e a ilha.
As duas empresas, Torremar e Maregiglio, tiveram de controlar a venda de bilhetes para dar prioridade total às equipes de resgate e evitar que os turistas não possam voltar da ilha por falta de barcos para trazê-los de volta à costa.
Porto Stefano parecia que “estava sob uma invasão no domingo de manhã”, comparou o site, que considerou o passatempo “mórbido”.
Treze pessoas morreram no incidente e outras 24 continuam desaparecidas.
CURIOSIDADE
Em uma reportagem de TV da agência italiana TM News, turistas estrangeiros e nativos se reúnem no porto da pequena cidade para ver a movimentação no local.
“Viemos aqui para ver o que aconteceu, só de curiosidade”, afirma uma turista estrangeira.
“Fiquei impressionado com o tamanho do navio. Estou boquiaberto”, conta um italiano.
Uma vez que a perspectiva é de que o Costa Concórdia permaneça meses no mesmo local, os moradores de Porto Stefano já estão se preparando para um período sob os refletores.
A presença é não apenas de turistas, mas de repórteres, cinegrafistas e profissionais da mídia encarregados de transmitir globalmente os desdobramentos do desastre com o navio.
“Esse é um evento mundial”; diz um morador. “Não só da navegação italiana.”
Outros, entretanto, rejeitam as atenções que recaíram sobre o povoado. Em entrevista à TM News, o padre Don Lorenzo, que dirige a paróquia de Giglio, lamentou que os parentes de vítimas precisem de escolta policial até para ir a missa sem dar declarações para a imprensa.
“Esse mundo não é normal. Essa situação não é normal. A escolta policial não é normal. Nada é normal. Mas, bem, é compreensível”, disse.
fonte: folha de sp