A transparência no relato das emissões dos países, conhecido pela sigla MRV (Mensurável, Reportável e Verificável), é uma das questões mais urgentes para serem respondidas em Cancún. É o que afirma o negociador europeu Artur Runge-Metzger.

Nem EUA, nem China, os maiores poluidores atuais, têm clareza nas suas emissões e não se mostram dispostos a aceitar uma vigilância externa para determinação de mecanismos de análise iguais para todos os países.

Segundo Runge-Metzge, não adianta pequenos países que não poluem muito se comprometerem com a fiscalização, enquanto EUA e China não adotarem a medida.

Outro ponto importante é o estabelecimento de metas de reduções de emissão dos gases do efeito estufa. “OS EUA e os países em desenvolvimento têm que se comprometer [com redução das emissões]. Espero que os EUA encontrem maneiras legais para atingir suas metas e reduzir as emissões”, declarou.

Leis de corte de emissão de gases estão paradas no Senado americano e, com a recém vitória do partido Republicano no poder legislativo dos EUA, a tendência é que elas continuem sem aprovação. Mas Runge-Metzger acredita que é possível contornar isso e ainda que seja assinado um tratado de redução.

“Estou confiante que não haverá um intervalo sem metas de redução das emissões. Estamos em 2010 e podemos sair daqui com um acordo que seria mais facilmente ratificado do que foi Kyoto”, diz. O protocolo assinado na cidade japonesa em 1997 só entrou em vigor em 2005, com um intervalo de 8 anos.

FSP