Crise entre os dois países foi deflagrada pela morte de bin Laden. Antes de morrer, terrorista planejava novos ataques “espetaculares” aos EUA
O general Khalid Shameem Wynne, considerado o número dois do Exército paquistanês, cancelou nesta sexta-feira uma visita prevista aos Estados Unidos. O caso é mais um sinal da crescente tensão entre os dois países, que começou quando os EUA encontraram e mataram Osama bin Laden em território paquistanês.
A visita foi anulada “em consequência do contexto atual” de relacionamento entre os dois países, informou uma fonte militar, que pediu anonimato. “O general Khalid Shameem Wynne entrou em contato com o colega americano, o almirante Mike Mullen, e o informou sobre o cancelamento da visita aos Estados Unidos prevista para 22 a 27 de maio”, declarou a fonte.
Mais ataques – Antes de morrer, bin Laden continuava bastante ativo. Ele mantinha sua autoridade sobre a rede terrorista Al Qaeda e estava determinado a cometer “atentados espetaculares” nos Estados Unidos, revelam documentos e arquivos de computador encontrados na casa onde viveu e morreu o terrorista. O líder da Al Qaeda insistia continuamente no planejamento de ofensivas, pedindo a seus comandados que se concentrassem em alvos americanos e ocidentais, em detrimento de ações no Iêmen ou na Somália.
Bin Laden escreveu aos principais líderes da organização terrorista, dizendo que desejava atacar cidades importantes dos EUA, como Los Angeles, assim como trens e aviões em território americano. Seu foco eram “transportes e infraestrutura”, e ele queria realizar as ações em datas simbólicas, como o Dia da Independência dos Estados Unidos (4 de Julho) e o décimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001. Os documentos revelam ainda que bin Laden insistia no recrutamento de “mártires” entre as minorias americanas para promover os esforços da Al Qaeda.
A residência em Abbottabad não se parecia com um centro de comando militar ou um local de direção da Inteligência americana, mas isto não faz dela um local menos perigoso. “Estamos convencidos de que a casa de bin Laden era um centro de controle e comando da Al-Qaeda (…), um núcleo da liderança da organização”, informou um funcionário americano que não quis se identificar.
O material apreendido em Abbottabad é analisado por mais de nove agências do governo americano e inclui dezenas de pen drives, DVDs, arquivos em disco rígido, anotações, gravações e memória de telefones celulares.
(Com agência France-Presse)
fonte: VEJA