O Corredor Ecológico Monte Pascoal – Pau Brasil, no Extremo Sul da Bahia, é o primeiro projeto brasileiro de restauração florestal a receber o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB). Considerado o mais importante certificado internacional para sequestro de carbono, o selo CCB atesta que o projeto é capaz de, ao mesmo tempo, minimizar os efeitos das mudanças climáticas, dar suporte ao desenvolvimento sustentável e conservar a biodiversidade em sua área de atuação. A meta do projeto é viabilizar a restauração de pelo menos 1.000 hectares, removendo, ao longo de 30 anos, cerca de 360 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.
O projeto é uma iniciativa da The Nature Conservacy (TNC), do Instituto BioAtlântica (IBio), da Conservação Internacional (CI-Brasil), do Instituto Cidade, do Grupo Ambiental Natureza Bela, da Associação de Nativos de Caraíva, da Associação Comunitária Beneficente de Nova Caraíva, que se uniram para trabalhar pela formação do corredor ecológico entre os parques nacionais do Pau Brasil e do Monte Pascoal, e da Cooperativa de Reflorestadores de Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia (Cooplantar), organização responsável pelo plantio e manutenção das mudas no campo.
“Pretendemos construir um corredor ecológico para criar uma conexão entre os remanescentes de Mata Atlântica e os dois parques nacionais, principalmente nas bacias hidrográficas dos rios Caraíva e dos Frades, considerada uma das mais ricas em biodiversidade do mundo”, comenta Gilberto Tiepolo, coordenador de carbono florestal da The Nature Conservancy (TNC).
A primeira propriedade já restaurada pela Cooplantar, no corredor, foi a fazenda Monte Pascoal, de propriedade de Olival José Covre, no município de Itabela. Um total de 17 hectares de área degradada foi restaurado na fazenda, tanto por meio do plantio de mudas de árvores nativas quanto pela regeneração natural assistida. O primeiro contrato de créditos de carbono, que permitiu a restauração na fazenda Monte Pascoal, foi assinado com a empresa de alimentos Kraft Foods, ainda em 2008.
Além de reduzir os efeitos das mudanças climáticas, o projeto será capaz de gerar trabalho, renda e capacitação para comunidades e organizações locais. As oportunidades de negócios criadas pelo projeto incluem coleta de sementes, produção de mudas, plantio e manutenção das áreas restauradas. Outra oportunidade para as organizações locais é o monitoramento do selo CCB, que exige o acompanhamento dos estoques de carbono, dos ganhos para a biodiversidade e dos benefícios sociais gerados pelo projeto. Lucio Bedê, gerente do programa Mata Atlântica da CI-Brasil, ressalta que devido aos importantes aspectos que o selo contempla, ele é bastante cobiçado pelos interessados em adquirir créditos de carbono com esse diferencial.
Já em 2009, foram assinados contratos de créditos de carbono para a compensação voluntária de emissões da Natura Cosméticos (250 hectares) e da Coelba – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (50 hectares). Segundo Beto Mesquita, diretor executivo do IBio, “a meta é chegar a 1.000 hectares contratados até o final de 2011, contribuindo de maneira significativa para a recuperação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região.”
Os interessados em participar do projeto podem entrar em contato com a CI-Brasil (www.conservacao.org), com o IBio ( www.bioatlantica.org.br), com a Natureza Bela (www.naturezabela.org.br) ou com a TNC (www.nature.org/brasil) para obter mais informações.
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