Amostra de água do mar revelou concentração de iodo radioativo em níveis superiores ao limite de segurança
Autoridades japonesas detectaram neste sábado um aumento da radioatividade nas águas do mar perto da usina de Fukushima, onde estão sendo realizadas operações para tentar conter os vazamentos.
Segundo a Agência de Segurança Nuclear do Japão, uma amostra de água do mar revelou uma concentração de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao limite considerado seguro.
De acordo com o porta-voz, espera-se que a contaminação diminua conforme a água se espalhe com as correntes marinhas. Ele procurou deixar claro que essa radioatividade não significa uma ameaça imediata para os moradores mais próximos da usina.
Apesar disso, a preocupação fez com que diversos países estabelecessem controle rigoroso sobre navios procedentes do Japão.
Algumas empresas de transporte marítimo, como a gigante Hapag-Lloyd, decidiram evitar temporariamente o porto de Tóquio e o de Yokohama, o maior do Japão, “como medida de precaução” por causa da ‘imprevisível’ situação na usina nuclear de Fukushima.
O Ministério de Transporte japonês insiste, no entanto, que a radioatividade em ambos os portos está em níveis seguros, enquanto o de Agricultura e Pesca assinalou que estreitará o controle sobre os produtos pesqueiros da região.
Funcionários – Dentro da central, a água radioativa também é causa de problemas para os operários. Segundo a agência local japonesa Kyodo, áreas dos edifícios onde ficam as turbinas estão inundadas com água altamente contaminada. em alguns lugares, a profundidade é de até 1,8 metro.
Ainda não se sabe a origem dessa água. Diante do seu alto nível de radioatividade, a Tepco, empresa que opera a usina de Fukushima, não descarta que provenha do interior de um dos reatores ou de uma das piscinas de combustível utilizado.
Controle – Neste sábado, os operários conseguiram levar energia à sala de controle do reator 2 – a luz já havia sido restabelecida unidades 1 e 3.
Além disso, os funcionários passar a usar água doce em lugar da marítima para diminuir a temperatura nos compartimentos de contenção dos reatores 1, 2 e 3.
Boa parte dos esforços continuam centrados nos reatores 1 e 3, este último o mais perigoso por ser o único que contém plutônio, além de urânio. Na unidade 2, segundo o último relatório oficial da primeira hora deste sábado, a temperatura do reator era “estável”. Enquanto isso, o objetivo é resfriar a piscina da unidade 4, que estava em manutenção quando ocorreu o terremoto.
O porta-voz do Governo, Yukio Edano, disse neste sábado que ainda é cedo para “dar uma previsão” sobre a duração e consequências da crise nuclear em Fukushima e reconheceu que é de uma escala “sem precedentes” no Japão.
(com agência EFE)
fonte: VEJA