Inclusão dos danos ambientais no Produto Interno Bruto está entre as recomendações para Chefes de Estado
O segundo dia dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável começou com o tema A economia sustentável, incluindo padrões sustentáveis de produção e consumo. Os 10 debatedores convidados trataram dos pontos mais votados pela sociedade civil na plataforma online para a participação do público de todo o mundo. Entre esses 10 pontos, três foram eleitos para entrarem na lista das recomendações que serão entregues aos Chefes de Estado que participarão da Rio+20 entre os dias 20 e 22 de junho.
A diretora da UTOPIES, a francesa Elisabeth Laville, convocou os governos a definirem como lidar com a produção sustentável e seus impactos na economia. Além disso, sugeriu que haja um programa de educação das novas gerações para produzir e consumir de forma sustentável. O presidente do Instituto Akatu e co-fundador do Instituto Ethos, Helio Mattar, também vê a necessidade de uma campanha global de conscientização e educação para que as novas gerações ajam de maneira diferente, que tenham um novo estilo de vida. Mattar considera que, quando se fala em questões sustentáveis, pensa-se logo em redução de consumo e bem-estar. “Precisamos fazer uma transição do consumo para o bem-estar. O bem estar social está diretamente ligado à redução de jornada de trabalho no mundo. Essa passagem passa pela construção de uma nova visão de futuro”.
O professor da École des Hautes Étude en Sciences Sociales, Ignacy Sachs, afirmou que falta planejamento para a economia sustentável. Segundo ele, esse planejamento deve considerar os biomas similares e não a geografia do Norte e Sul. “Nunca estivemos tão preparados tecnicamente para planejar quanto agora. No entanto, não estamos planejando. Os mercados têm visão de curto prazo e não farão esse planejamento”, disse o professor, que também participou da Rio-92.
Sobre consumo e forma de medir o grau de desenvolvimento dos países, a decana da Lagos Business School, Enase Okonedo, disse que é necessário rever os conceitos e os objetivos. “Pensa-se em crescimento dos países em desenvolvimento levando-os a padrões de consumo dos países desenvolvidos. Não devemos aceitar isso como melhor medida”, afirmou.
As mudanças no acesso aos recursos e a sua escassez também foram tratadas pelos debatedores. O diretor-executivo da Global Footprint Network, Mathis Wackernagel, considera que é preciso definir um novo momento da sociedade internacional. Ele destacou a primavera árabe e a crise econômica da Grécia como reflexos de uma nova realidade. O CEO do Planetary Skin Institute, Juan Carlos Castilla-Rubio, do Peru, considera que o ponto central do debate sobre produção e consumo sustentável é a escassez de recursos e a busca de uma nova forma como gerenciá-los e mensurá-los.
O embaixador Rubens Ricupero falou sobre a necessidade de cronogramas com datas precisas. “Sugiro que, para combater a crise econômica, sejam adotadas medidas de cunho sustentável, tais como crescimento econômico, impacto ambiental e bem-estar social”, enfatizou o embaixador. Ele disse ainda que o problema mais grave de meio ambiente do Brasil são os desastres naturais, como, por exemplo, os deslizamentos que ocasionam a morte de várias pessoas.
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