O ritual yaokwa da tribo amazônica Enawenê-nawê, que vive no Mato Grosso, entrou na lista do Patrimônio Imaterial da Unesco como forma de expressão que precisa de proteção urgente, ao lado de outras sete manifestações do mundo todo.
A decisão foi tomada pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, que está reunido em Bali até hoje, indicou a Unesco em comunicado emitido em Paris.
A organização detalhou que “o rito yaokwa e a biodiversidade que celebra representam um ecossistema extremamente delicado e frágil, cuja continuidade depende diretamente da conservação deste último”.
Todo ano, durante os sete meses da estação seca, os Enawenê-nawê honram os espíritos yakairiti por meio deste ritual, com o fim de manter a ordem social e cósmica.
Divididos em dois clãs, os indígenas se alternam nas duas partes do rito: enquanto alguns organizam expedições de pesca por toda a região, os outros preparam oferendas para os espíritos, além de tocarem e dançarem.
O comitê da Unesco também decidiu incluir na lista de manifestações ameaçadas a dança saman da Indonésia, a fabricação dos barcos lenj do Golfo Pérsico, a narração dramática iraniana naqqali, a sociedade secreta dos kôrêdugaw e rito da sabedoria de Mali, a epopeia maure T’heydinne da Mauritânia, a técnica de interpretação do canto longo dos flautistas limbe da Mongólia e o canto xoan da província vietnamita de Phú Tho.
fonte: folha de sp