Batman marca a volta do cinema à Cidade
Batman ressurgiu ontem das trevas para marcar o retorno da mágica do cinema a Cubatão, associado a Valente, desenho em terceira dimensão (3D). Dez anos depois do fechamento da última sala de exibições, a sétima arte voltou a ser mostrada na Cidade, com a entrada em operação das duas salas do Roxy 3- Anilinas.
Ás 14h30, na primeira sala foi exibida a animação infantil, que prosseguiu com sessões até a noite. E, as 17h30 e 20h30, o retorno do cavalheiro das trevas para maiores de 16 anos, por causa da espetacular Mulher Gato, vivida por Anne Hathawaya.
A volta do cinema é o resultado de uma associação do exibidor Toninho Campos com a Prefeitura de Cubatão que põe o Município no circuito nacional de grandes lançamentos. Atendendo a uma reclamação da sociedade, conforme consulta do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), de que não havia “nada para se fazer nos finais de semana em Cubatão, por falta de cinemas”, o governo Marcia Rosa construiu um teatro e duas salas de exibição no novo Parque Anilinas e o entregou à exploração da iniciativa privada, depois de licitação pública.
CRIANÇAS
A última sala de espetáculos, o Cine Millenium, funcionava na Rua Manoel Jorge, por iniciativa do ex-vereador José Rubens Marino. Agora, o cinema fica dentro de um parque renovado, que oferece um conjunto de esportes e lazer, academia ao ar livre para a terceira idade, circuito de skate, arvorismo, tirolesa, teleférico, salão de jogos e playground.
O cinema, com duas salas cada uma para 186 lugares, fica no Centro Multimídia, que abriga também um teatro com capacidade para 350 pessoas, e oito salas de artes. Segundo Toninho Campos, as salas de cinema contam com revestimentos térmico, acústico, móveis e todos os equipamentos específicos como iluminação teatral e ciclorama.
A nova atração, por enquanto, não tem críticas. Longa fila, formada em sua maioria por crianças acompanhadas por familiares, se formou desde as 14 horas. A primeira exibição ficou lotada.
Andréia Chaves Medeiros, nascida em Cubatão, nunca foi ao cinema na Cidade e levou o filho Arthur para ver Valente. “Está lindo! Merecíamos isso. E também esta área de lazer. Agora não precisamos mais ir a Santos ou Praia Grande. Vai vir é gente de fora para cá”, prevê Andréia.
Antonio Ribeiro, funcionário da Prefeitura, também estava na fila de Valente, às 14h30. E se lembrou de uma história curiosa. Tinha 14 anos e a mãe o vestiu com uma roupa igual a do irmão José: calça azul, meia curta para não sujar a barra, camisa verde e uma par de kichutes (espécie de tênis) para assistir a um filme no Cine Santa Rosa. “A gente odiava essa mania de nos vestirem iguais. Era o Vendedor de Linguiça, uma fita com o Mazzaropi, que sempre vivia um caipirão. Saíamos de lá nos achando uns caipiras”, recorda.
Arthur Cordeiro da Silva, 9 anos, foi ver “Valentim” (na verdade, Valente) com as irmãs e as primas. “Estamos gostando e vamos voltar”, promete.