m sistema pouco amigável de vistos turísticos para os Estados Unidos é ruim para os negócios de luxo, e o governo precisa facilitar as normas, segundo declarações dadas pela indústria do segmento nesta quinta-feira.
O custo de aplicação para um visto turístico para os EUA, seguido frequentemente por longas semanas de espera para obtenção do documento, está impedindo que muitos turistas abastados da Rússia, Brasil e China entrem no país –além de redirecioná-los na escolha da Europa para compras durante as férias, disseram diversos executivos.
“Queremos, absolutamente, apoiar a segurança nos Estados Unidos, mas o que não está claro para mim é como esperar três meses para obter um visto porque há uma lista de espera, em oposição a duas semanas, o que faz o país seguro de qualquer maneira”, declarou o executivo-chefe da cadeia de hotéis Starwood, Frits van Paasschen, durante o encontro Global Luxury and Fashion Summit nesta semana.
Visitantes internacionais gastaram US$ 103,1 bilhões nos Estados Unidos em 2010, ou 10% a mais do que no ano anterior. Gastos de turistas chineses e brasileiros cresceram 39% e 30%, respectivamente.
Esse crescimento deve ser maior se os EUA facilitarem as suas regras para o visto, disseram os executivos.
“Se você vai a Paris, nas galerias Lafayette e Printemps, se vai a Londres no Harrod’s [loja de departamentos de luxo], os turistas asiáticos, brasileiros e russos são muito conscientes sobre as marcas, muito enfocados no luxo”, disse o executivo-chefe da Saks Inc, Steve Sadove.
“Eles claramente adorariam ver as cidades dos Estados Unidos, assim como [veem] algumas das cidades europeias”, declarou ele.
DADOS E FATOS
De acordo com um relatório divulgado pelo Office of Travel and Tourism Industries (tinet.ita.doc.gov), órgão do Departamento de Comércio dos EUA relacionado à indústria turística, o número de visitantes brasileiros que foram ao país em 2010 foi de 1,2 milhão, contra 893 mil em 2009.
Leia o documento na íntegra, em inglês
No total de gastos com turismo no país, o visitante brasileiro desembolsou US$ 5.918 no ano passado, contra US$ 4.565 em 2009.
Um dado que chama a atenção é o crescimento do uso do computador como meio para planejar a viagem, que pulou de 33%, em 2009, para 36%, em 2010, um aumento de 2,9 pontos percentuais.
No que tange o motivo principal da viagem, o turismo de negócios sofreu queda de 4,3 pontos percentuais na comparação com 2009, indo de 18% para 14%. Já o turismo de lazer registrou um salto de 4,6 pontos percentuais no período, indo de 59%, em 2009, para 64%, em 2010.
Ainda de acordo com o relatório, os brasileiros foram mais a lugares históricos no ano passado, 52%, contra 42% em 2009. O total dos que visitaram museus e galerias de arte cresceu 8,1 pontos percentuais, enquanto os visitantes de parques temáticos foram de 50%, em 2009, para 55% no ano passado.
A cidade de Nova York abocanhou 49,4% do mercado brasileiro no país em 2010, contra 37,9% em 2009. Já ao se considerar Estados, o de Nova York foi responsável por 49,3% da visitação de brasileiros em 2010, contra 38,2% em 2009.
fonte: Folha de Sp