O presidente do grupo Virgin, Richard Branson, afirmou que pretendia inaugurar voos de Londres para o Brasil ainda este ano. Porém, os planos da Virgin Atlantic foram adiados com o atraso do projeto do novo jato 787 da Boeing. “Os 787 são mais eficientes do que os 747. Quando recebermos essas aeronaves vamos começar a voar para o Brasil”, disse o empresário britânico, dono de 400 companhias e um dos homens mais ricos do mundo.
Em sua primeira visita ao Brasil, onde participa do Fórum Mundial de Sustentabilidade, Branson disse ainda que não tem planos, no momento, de abrir uma companhia aérea no Brasil. Há anos se especula sobre uma eventual entrada do empresário no mercado brasileiro de aviação, embora a participação do capital estrangeiro no setor no país esteja limitada a 20%.
“Ainda estamos debatendo a possibilidade [de ter ou não uma companhia no Brasil]”, disse.
Branson disse, no entanto, que sua empresa de combustível limpo, a Virgin Fuels, tem interesse em fazer parcerias com empresas brasileiras para desenvolver combustíveis alternativos para a aviação. “Esperamos que, quando iniciarmos voos para o Brasil, a gente já possa estar voando com combustível limpo.”
O Brasil tem pesquisas nessa área com cana-de-açúcar e também com pinhão manso, enquanto a Virgin está mais focada em algas.
Criada em 2006, a Virgin Fuels é a resposta de Branson aos impactos ambientais causados pela queima de querosene das suas três companhias aéreas e mais uma empresa de trem. Segundo Branson, que chamou a aviação de uma “indústria suja”, cada centavo de lucro gerado pelas companhias aéreas é investido na busca por combustíveis limpos.
“Espero que dentro de cinco anos a aviação seja movida por combustíveis limpos e a gente não se sinta tão culpado”, disse ele.
TURISMO ESPECIAL
Branson contou ainda que o primeiro voo da Virgin Galactic, sua empresa de turismo espacial, deve decolar dentro de 12 meses. E disse que o custo da operação de cada voo será “uma pequena fração” do custo de um voo ida e volta São Paulo-Londres. “A tecnologia avançou muito nos últimos anos.”
Porém, como são poucos os passageiros na espaçonave, embarcar nessa aventura não custará menos de US$ 200 mil por passageiro.
A repórter MARIANA BARBOSA viajou a convite do Lide e da Seminars, organizadores do Fórum Mundial de Sustentabilidade
fonte: Folha de SP