Na estreia da Espanha na presidência da União Européia, o turismo foi o primeiro setor econômico que recebeu atenção no debate de perspectivas para 2010. Na última segunda-feira (18), em Madri, a Conferência UE-Iberoamérica, com o tema “Rumo a um Modelo Turístico Socialmente Responsável”, reuniu ministros e autoridades do turismo europeus e latino-americanos.

A presidente da Embratur, Jeanine Pires, representou o ministro do Turismo, Luiz Barretto, no evento, e foi expositora em dois painéis – “O papel da sustentabilidade na competitividade dos destinos turísticos” e “Grandes eventos como oportunidade de alavancar destinos turísticos”.

Jeanine ressaltou que a preocupação com sustentabilidade não se restringe ao meio ambiente: “No caso do Brasil, o desenvolvimento sustentável é uma política do governo e o turismo segue essas diretrizes gerais, buscando sustentabilidade também do ponto de vista econômico e social”.

Para a presidente da Embratur, “é preciso pensar na responsabilidade do turismo de gerar empregos e renda e ajudar a inclusão social, buscando ao mesmo tempo ser uma atividade responsável também do ponto de vista ambiental”.

A polêmica taxa instituída pelo Reino Unido para viagens aéreas foi alvo de crítica da presidente da Embratur. “Questiono se a criação de uma taxa com essas características realmente serve à limitação de emissão de gases poluentes, pois ela sequer se aplica a jatos particulares ou aviação de carga”, disse.

Segundo Jeanine, a medida atinge em cheio a viagem de britânicos para destinos de longa distância, pois quanto mais longe o destino, maior a taxa. “Ou seja, os países emergentes pagarão a conta, e os resultados para o meio ambiente são questionáveis”, criticou Jeanine.

Turistas em viagem para países como o Brasil, os do Caribe, China, Índia, África do Sul, México e Tailândia são taxados em 50 libras este ano. A partir de dezembro, o valor sobe para 75 libras. A representante da Argentina, cuja taxa estipulada é de 55 libras, apoiou a crítica da Embratur, lembrando que “o passivo do aquecimento global não deve cair na conta dos países emergentes e sim, em sua maior parte, na conta dos países desenvolvidos que são sabidamente os maiores poluidores”.

Copa e Olimpíadas
O Brasil também recebeu a atenção dos países europeus e latino-americanos pela grande oportunidade de realizar, em uma década, os dois maiores eventos esportivos do mundo – a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. A presidente da Embratur relatou as medidas que o governo brasileiro já tomou, como a assinatura de uma matriz de responsabilidades, os investimentos diretos e linhas de crédito e os projetos do Ministério do Turismo (Mtur), de qualificação e promoção, que ajudam a preparar o País para os dois eventos.

“É incalculável o que a visibilidade proporcionada pela realização da Copa e das Olimpíadas pode trazer ao país, em termos de imagem. Vamos mostrar um Brasil ainda desconhecido de boa parte do mundo, capaz de receber com competência e organização grandes eventos, com uma economia e uma democracia consolidadas”, afirmou Jeanine.

Ela lembrou, também, que estes são eventos não só do Brasil, mas de toda a América do Sul. No caso das Olimpíadas, pela primeira vez a realização se dará no continente sul americano. “Para o Brasil, o objetivo é que exista um reposicionamento da América do Sul no mundo e que todos os países usufruam dos grandes benefícios de geração de negócios e mudança de imagens que virão com esses eventos”.

Assessoria de Comunicação da EMBRATUR