O principal representante dos Estados Unidos para a questão climática pediu nesta aos demais países que estabeleçam metas de redução de emissões de gases-estufa até o final do mês, o que seria crucial para a adoção de um novo tratado global contra o aquecimento do planeta.
Todd Stern disse que o Acordo de Copenhague, definido no mês passado, é o melhor caminho para um documento concreto e de cumprimento obrigatório. Antes, porém, os países precisam se comprometer com metas e colocá-las no papel, disse Stern.
“Temos um acordo que está se arrastando pela pista, e precisamos dele para termos velocidade suficiente para decolar”, disse Stern numa conferência da ONU sobre riscos e oportunidades climáticos.
“A melhor forma de fazer progressos no sentido de um acordo legal é ter o Acordo de Copenhague implementado”, acrescentou.
EUA, China, Índia e 20 outros países selaram o acordo ao final da conferência da ONU em Copenhague, em dezembro. Mas o texto não foi formalmente adotado por todos os 190 países participantes, e vários deles se opuseram.
O texto estabelece a meta de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, prevê medidas de ajuda financeira e tecnológica para que os países em desenvolvimento enfrentem a mudança climática, mas deixa os detalhes para serem resolvidos em 2010.
O documento prevê que até 31 de janeiro os países ricos apresentem suas metas de emissões relativas a 2020, e que os países em desenvolvimento apresentem ações voluntárias para a redução das suas emissões.
Grupos ambientais dos EUA dizem que provavelmente o governo Obama deve cumprir o prazo, mas com uma meta “provisória”, já que o Congresso ainda não aprovou uma legislação que exige controles da poluição.
Uma fonte do governo disse, sob anonimato, que a meta anunciada em novembro pela Casa Branca para a redução de 17 por cento nas emissões até 2020, em comparação a 2005, continua “operacional”.
A comunidade internacional costuma usar 1990 como ano-base para os cortes das emissões. Por esse critério, a redução prometida pelo governo Obama seria de 3 a 4 por cento.
“Agora precisamos que os países deem um passo à frente e digam que querem participar (do acordo)”, disse Stern.
Quatro dos maiores emissores globais de gases-estufa se reúnem neste mês em Nova Délhi para discutir ações climáticas.
A União Europeia, que decidiu em 2008 cortar suas emissões até 2020 para 20 por cento abaixo dos níveis de 1990, oferece elevar sua meta para 30 por cento se outras grandes economias aceitarem medidas equivalentes.
Mas alguns países da UE já se queixam do corte de 20 por cento, de modo que dificilmente haverá uma meta mais ambiciosa. A decisão pode sair neste fim de semana.
Stern disse que o presidente Barack Obama está empenhado em aprovar a nova lei climática no Congresso ainda neste ano.
“Haverá um esforço significativo por parte de todo o governo para levar adiante um projeto energético e climático que seja forte e amplo.”
Agência Reuters