Depois de enfrentar a sanha dos ambientalistas, a Nestlé anunciou hoje que vai livrar seus produtos de óleo de dendê comprado de fornecedores que destroem a floresta tropical da Indonésia.

A decisão foi anunciada dois meses depois que a ONG Greenpeace lançou uma campanha exigindo da Nestlé que parasse de comprar produtos da Sinar Mas, uma produtora de dendê envolvida em desmatamentos criminosos, e outras empresas.

Um vídeo para lá de apelativo da campanha, veiculado na internet, parodiava o comercial do chocolate Kit Kat, mostrando um funcionário de escritório entediado que resolve “dar um tempo” (slogan do produto) e comer um chocolate. Mas o que sai do envelope vermelho e branco é uma mão de orangotango (habitante das matas da Indonésia e vitimado pelas plantações de dendê) que espirra sangue para todos os lados. O vídeo teve 1,5 milhão de acessos.

Pressionada pelo sensível mercado consumidor europeu, a Nestlé resolveu fechar um acordo com a ONG The Forest Trust para montar uma cadeia de fornecedores “responsável” na região. Auditores da TFT, baseada em Genebra, começam o trabalho antes do fim do mês, informou a ONG por meio de sua assessoria.

Em um comunicado, a Nestlé disse que suas ações “focarão na identificação e exclusão sistemática de empresas que detenham ou manejem plantações de alto risco ou fazendas ligadas ao desmatamento”.

Com vendas de mais de US$ 100 bilhões anuais, a Nestlé é uma das 50 maiores empresas do mundo. A empresa se comprometeu a usar 100% de óleo de dendê de fontes sustentáveis a partir de 2015. Hoje, usa 18%.

FSP