A diplomata costarriquenha Christiana Figueres, veterana em negociações climáticas, deve ser indicada para dirigir a Convenção do Clima da ONU, disseram fontes familiarizadas com o assunto na segunda-feira (17).

De acordo com essas fontes, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, irá preterir o ex-ministro sul-africano de Meio Ambiente Marthinus Van Schalkwyk, considerado por muito tempo o favorito para substituir o holandês Yvo de Boer.

O nome de Figueres deve ser levado na segunda-feira a uma reunião de negociações climáticos em Bonn (Alemanha), segundo essas fontes. Ela seria a única candidata formal ao cargo.

A principal tarefa dela será coordenar as discussões que levem à adoção de um novo tratado climático global, possivelmente no encontro ministerial programado para o final de novembro em Cancún, no México.

Um assessor de Ban deve consultar oficialmente na segunda-feira o pequeno grupo de funcionários que se reúne em Bonn para tentar dar rumo às negociações. Fontes disseram que, se não surgirem objeções fortes ao nome de Figueres, Ban deve anunciá-la oficialmente ainda nesta semana.

Uma fonte disse que a consulta à reunião em Bonn será “apenas uma cortesia”. “Ela é uma negociadora querida e competente. Se eles queriam um tecnocrata, ela é provavelmente a melhor possível”, acrescentou essa fonte.

Figueres participa desde 1995 da equipe de negociações climáticas do seu país, e já ocupou vários cargos importantes no processo climático da ONU. O pai dela, José Figueres, foi três vezes presidente da Costa Rica.

“Ela é respeitada e tem uma compreensão íntima dos problemas”, disse uma fonte.

De Boer deixa a Convenção do Clima em 1º de julho, após quase quatro anos no cargo. Seus antecessores foram de Canadá, Holanda e Malta, e já havia a expectativa de que desta vez o indicado seria de um país em desenvolvimento.

Van Schalkwyk, atualmente ministro do Turismo da África do Sul, era tido como favorito em parte porque vem de um grande país emergente, um grupo do qual participam também nações como Brasil, China e Índia.

Mas uma fonte disse que pequenos países insulares em desenvolvimento – que estão entre os mais ameaçados pela mudança climática – fizeram uma forte campanha por Figueres, porque preferiam alguém de uma nação menor.

“Ela teve o apoio de muitos nos países em desenvolvimento”, disse uma fonte. “Foi uma guinada surpreendente quando muitos achavam que Marthinus se encaminhava para a vitória.”

FSP