Durante um mês, de 11 de junho a 11 de julho, os olhos do mundo estarão voltados para a Copa do Mundo 2010, que acontece na África do Sul.

Diante da disputa entre africanos pela Copa de 2010, a África do Sul sagrou-se vencedora com 14 votos contra 10 do Marrocos e 0 do Egito. Estima-se que, em junho de 2010, 2,7 milhões de espectadores assistirão aos 64 jogos da Copa do Mundo da África do Sul, que ocorrerá em 10 estádios situados em 8 das 9 províncias do país: Gauteng, Mpumalanga, Limpopo, Free State, Kwa-Zulu Natal, Western Cape, Northwest e Eastern Cape.

O orçamento para a Copa do Mundo de 2010 foi norteado por um protocolo de financiamento do Tesouro Nacional que prioriza o investimento em infraestrutura, logística, comunicação e segurança, itens necessários para garantir um legado duradouro. Assim, o investimento de US$ 2,24 bilhões direto do governo é parte de um programa de gastos muito maior entre 2006 e 2010. Durante este período, o governo investirá mais de US$ 57,14 bilhões na infraestrutura do país com transporte ferroviário de mercadorias, produção de energia, comunicações, aeroportos e portos de entrada.

Este orçamento também contempla a construção e a reforma de estádios, além de programas de esportes e recreação, artes e cultura, policiamento e serviços médicos de emergência. Financiamentos do governo nacional serão suplementados por contribuições dos governos provinciais, locais e outros parceiros.

A preocupação ambiental também faz parte da Copa do Mundo de 2010. Baseado na experiência da Alemanha, que foi o primeiro evento “Green Goal” realizado, Joanesburgo e a Cidade do Cabo têm aberto suas contas verdes. As cidades estão refletindo sobre o que se fez na Alemanha durante a Copa do Mundo de 2006 e como podem melhorar essa situação para fazer da Copa do Mundo sul-africana um evento realmente verde. Assim, a África do Sul tem usado energia solar extensivamente e, com a alta demanda de eletricidade, está se preparando para a energia alternativa.

Um desafio para todas as cidades-sedes é a mobilidade pública. Na Alemanha, que já possuía uma ligação de transporte público excelente, o transporte foi reforçado com ônibus Green Goal e a combinação de tíquetes com acesso a todas as modalidades de transporte público.

O primeiro grande legado das cidades será o Bus Rapid Transit (BRT) – ônibus de trânsito rápido – que será conhecido como Rea Vaya. O plano é provido de um serviço de alta velocidade em rotas de ônibus dedicadas a cruzar Joanesburgo, usando uma rede de ônibus de veículos articulados de 18 metros. Uma rede de rotas secundárias será então servida de trens e táxis. O Rea Vaya terá um total de 94 quilômetros de corredores de reboque, englobando um total de cerca de 148 quilômetros de comprimento. Projetos similares ao BRT estão sendo começados também nas municipalidades de eThekwini e Cidade do Cabo. Sete rotas foram selecionadas para dar ao usuário o máximo de flexibilidade com o mínimo de pesadas transferências.

Além disso, em corrente construção, o multibilionário Gautrain irá facilitar os congestionamentos de trânsito acerca das maiores rodovias ligando Joanesburgo com a Pretoria no norte ou ao OR Tambo Aeroporto Internacional no leste. O Gautrain tem cinco estações em Joanesburgo: Park Park Station; Rosebank; Sandton; Marlboro; e Midrand.

Turismo
Para a Copa de 2010 o objetivo da África do Sul é receber um extra de 400 (ou 450) mil – 40 mil provenientes do Brasil – turistas durante o evento, atingindo 10 milhões de turistas num único ano. Em 2007 a África do Sul impulsionou o crescimento de turistas mais rapidamente do que a média internacional, e o turismo chegou a crescer 7,6%, nos primeiros meses do ano de 2008. Em comparação com a marca de menos de 600 mil turistas estrangeiros em 1994, o crescimento a longo prazo que foi registrado é realmente algo que a África do Sul precisa celebrar. No último ano de 2009, 9.933.966 turistas visitaram o país, 37 mil oriundos do Brasil.

Com tantos visitantes esperados, a África do Sul será o primeiro país na história da Copa do Mundo a oferecer vistos específicos para o evento. Eles serão emitidos para estrangeiros vindos de países dos quais a África do Sul exige visto e que apresentem comprovação de compra de ingressos para jogos da Copa.

Entretanto, organizar grandes eventos esportivos internacionais não é novidade para a África do Sul, que foi bem-sucedida sede na Copa do Mundo de Rúgbi de 1995, na Copa do Mundo de Críquete de 2003, no Campeonato de Críquete Indian Premier League de 2009 e na Copa das Confederações, também de 2009, dentre outros.
Assim, os números de visitantes na África do Sul, que já é um destino turístico importante, deverão ser impulsionados significativamente durante e depois de 2010 e pequenos negócios do setor de hospitalidade seguirão amplamente beneficiados.