“O que tem valor turístico perene é a diferença, a preservação da identidade, seja expressa na biodiversidade, na cultura, na produção local”. Com essas palavras, o secretário-executivo do Ministério do Turismo (MTur), Mário Moysés, abriu o painel “Turismo e Biodiversidade: a oportunidade de combate à pobreza e desigualdade social”, realizado nesta terça-feira (13), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
A apresentação faz parte do Seminário Ano Internacional da Biodiversidade: os Desafios para o Brasil, uma iniciativa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. O evento, que se encerra nesta quarta-feira (14), faz parte da programação comemorativa ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e ao Ano Internacional da Biodiversidade, em 2010.
Durante a apresentação, Moysés destacou as ações do MTur para o desenvolvimento do turismo como atividade capaz de promover a inclusão social e a sustentabilidade econômica e ambiental, proposta do Plano Nacional de Turismo 2007-2010.
“O turismo está na ordem do dia, devido ao bom momento econômico do país e ao aumento de renda da população. Os investimentos devem ser criteriosamente avaliados para gerar benefícios permanentes e não de curto fôlego com impactos negativos para as próximas gerações”, ressaltou o secretário-executivo.
Entre as ações citadas estão o Programa de Regionalização, os projetos de apoio ao Turismo de Base Comunitária – turismo desenvolvido pela e para a comunidade local, principal beneficiada pelo desenvolvimento da atividade turística – e, ainda, o Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
As propostas apresentados ao Prodetur já somam US$ 2,8 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhões de financiamentos. Os recursos financiados são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Corporação Andina de Fomento (CAF). A contrapartida é assumida pelo MTur. Para acessarem os recursos, estados e municípios precisam apresentar Avaliação Ambiental Estratégica e os Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITs), que visam garantir a preservação ambiental nos pólos turísticos e a conscientização da população. Hoje, participam do programa 20 estados e 10 municípios.
Turismo nos Parques
Durante o seminário, o diretor substituto da Diretoria de Unidades de Conservação de Proteção integral do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Júlio Gonchorosky, falou sobre a preparação das unidades de conservação para visitação pública.
Segundo Gonchorosky, no último ano, as áreas de preservação nacionais receberam 3,8 milhões de visitantes. Para o diretor, número pequeno quando comparado à visitação das áreas de preservação norte-americanas, que recebem 190 milhões de turistas ao ano.
“A visitação é uma boa ferramenta de conservação. Além das áreas conseguirem recursos para se manter, é uma forma da renda retornar para a população. E, ainda, ganha-se aliados na preservação”, destaca Gonchorosky. A opinião é compartilhada por Moysés: “quanto mais convivemos com nossas riquezas, mais a preservamos”.
Gonchorosky citou o exemplo do Parque Nacional de Iguaçu, no Paraná, que recebe 1,15 milhão de visitantes ao ano. Segundo o diretor, o parque arrecada com cada visitante US$ 180 ao dia. “São R$ 100 milhões colocados em uma cidade por meio da visitação”, ressalta.
O MTur desenvolve, em parceria com o MMA, o programa Turismo nos Parques. O objetivo é melhorar a infraestrutura dos parques nacionais para que possam receber turistas.
MTur