O Japão duvida que na Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16), que começa no dia 29 em Cancún, no México, seja alcançado algum acordo para reduzir pela metade até 2050 a emissão de gases do efeito estufa.

O vice-ministro para assuntos ambientais globais japonês, Hideki Minamikawa, disse nesta quinta-feira em entrevista a jornalistas: ” A forma como as negociações evoluíram neste ano indicam que não vamos alcançar esses objetivos.”

Ele lamenta que alguns países, principalmente pela oposição da China e dos Estados Unidos, sejam incapazes de alcançar um acordo sobre a emissão de gases e vigiar o aumento da temperatura global.

Na COP-16 de Cancún, o Japão defenderá a necessidade de reduzir os gases do efeito estufa em escala global, assim como a “participação indispensável” de todos os países em um novo marco legal para mitigar seus efeitos.

China é o primeiro emissor mundial de dióxido de carbono (CO2), com 24%, seguido pelos EUA, com 17%, segundo um recente estudo da organização Projeto Global Carbono (GCP, na sigla em inglês) –o Japão está entre os cinco mais poluentes.

“Queremos objetivos ambiciosos de mitigação e ações dos países desenvolvidos e em desenvolvimento”, disse o vice-ministro japonês, após defender a implementação de um sistema de acompanhamento, reporte e verificação (MRV, na sigla em inglês) das emissões de CO2.

Em Cancún, o Japão vai apoiar as iniciativas para mitigar e se adaptar aos efeitos da mudança climática com recursos financeiros, transferência de tecnologia e capacidade de construção, afirmou Minamikawa, após lembrar que o governo de seu país comprometeu US$ 15 bilhões para este fim.

Deverá defender ainda o fortalecimento do mercado de carbono e medidas para evitar a destruição das florestas.

Minamikawa ressaltou que o Japão não apoiaria uma proposta para estender o Protocolo de Quioto, que vence em 2012, por considerar que é preciso cumprir os prazos estipulados.

Segundo este protocolo estipulado na cidade japonesa de Quioto, os países se comprometeram a reduzir em média de 5% as emissões poluentes entre 2008 e 2012 com relação aos níveis de 1990, mas os EUA e a China não assinaram o acordo.

Minamikawa confiou em que “tarde ou cedo” os países se comprometam a reduzir a emissão de gases e prometeu que o Japão “não retrocederá em seus esforços” para alcançar esse objetivo.

FSP