Ex-ditador deve ser transferido para hospital militar no Cairo

Manifestantes protestam contra Mubarak em frente a hospital onde ele está internado, em Sharm el Sheikh (AFP)

Manifestantes protestam contra Mubarak em frente a hospital onde ele está internado, em Sharm el Sheikh (AFP)

O ex-ditador do Egito Hosni Mubarak está sendo investigado por morte de manifestantes nosprotestos contra o seu governo que tomaram as ruas do Cairo em janeiro deste ano e resultaram em sua renúncia. Ele pode ser condenado à forca se ficar provado que ordenou a violenta repressão contra os protestantes e se os ataques foram premeditados, anunciou a imprensa nesta sexta-feira.

O jornal oficial “Al Ahram” citou declarações do presidente da corte de apelações do Cairo, Zakaria Chalach, em que ele indica que os depoimentos do ex-ministro do Interior de Mubarak, Habib Al Adli, podem transformar o ex-ditador em cúmplice. Adli, acusado de ordenar os disparos contra os manifestantes, afirmou que recebeu ordens de Mubarak para usar a força contra as rebeliões. “Se isso for provado, (Mubarak) receberá a mesma pena que a pessoa que coordenou (a repressão), e pode ser uma execução se demonstrarmos que os manifestantes pacíficos foram mortos de maneira premeditada”, disse.

Mesmo se a premeditação não for provada, o ex-ditador será condenado à prisão perpétua, a não ser que o tribunal conclua que as suas ordens apenas levaram os agentes repressores a ferir os manifestantes. Nesse caso, ele pode ser sentenciado a três ou cinco anos de prisão. Pelo menos 800 pessoas foram mortas nos protestos.

O Ministério Público do Egito pediu a transferência de Mubarak do hospital internacional de Sharm el Sheikh, no deserto do Sinai, para um hospital militar, de onde será levado à prisão quando seu estado de saúde melhorar. O procurador geral Abdel Meguid Mahmud ordenou a transferência do ex-ditador, segundo  agência Mena. Essa prisão preventiva vai garantir que a justiça seja informada sobre seu estado de saúde para que ele seja preso em breve. Hosni Mubarak foi internado em um hospital de Sharm el Sheikh na terça-feira, depois de sofrer um infarto durante um interrogatório judicial.

Fonte: VEJA