Documentos encontrados em seu esconderijo revelam os planos do terrorista
Antes de morrer em uma operação americana que invadiu o seu esconderijo no Paquistão,Osama bin Laden queria um novo nome para a rede terrorista que comandava, a Al Qaeda, revelaram documentos encontrados em seu complexo residencial de Abbottabad.
Em uma carta endereçada a Zawahiri no ano passado, bin Laden disse que a imagem da Al Qaeda estava com problemas devido a ataques que mataram muçulmanos, particularmente no Iraque. O chefe da rede também lamentou que muitos de seus companheiros de confiança do Afeganistão haviam sido mortos ou capturados.
No documento, o terrorista afirmava que o novo nome da organização deveria incluir um elemento religioso para mobilizar os muçulmanos. Entre as sugestões, estava Monoteísmo e Grupo Jihadista (Taifat al-Tawhed Wal-Jihad) e Restauração do Grupo Califado (Jama’at I’Adat al-Khilafat al-Rashida). Os títulos fazem referência, respectivamente, à Guerra Santa (Jihad) e ao sucessor de Maomé como soberano temporal e espiritual dos muçulmanos (Califa).
Fontes – A carta, que estava sem data, foi descoberta entre as escritas recentes do terrorista. Oficiais administrativos e de segurança nacional sob condição de anonimato descreveram o conteúdo do material, que mostrava o chefe da Al Qaeda tentando recuperar a imagem de sua organização em meio a uma crise interna.
Ainda de acordo com as fontes, Osama se comunicava somente com altos comandantes da Al Qaeda, como Ayman al-Zawahiri, que recentemente foi escolhido novo chefe da organização, e o número 3 da rede criminosa, Mustafa Abu al-Yazid, que foi morto em 2010 pelos Estados Unidos.
Obama – As informações divulgadas nesta sexta-feira ratificam o discurso do presidente americano Barack Obama de quarta-feira, quando ele anunciou a retirada de 33.000 soldados do Afeganistão. “A informação que obtemos do complexo de bin Laden mostra que a Al Qaeda estava sob uma enorme pressão”, afirmou. “Bin Laden estava preocupado que a Al Qaeda foi incapaz de substituir terroristas de alto escalão que foram mortos e que a organização falhou em seus esforços de retratar os Estados Unidos como uma nação em guerra contra o Islã.”
Fonte: VEJA