As eleições brasileiras estão divididas entre burgueses e proletários, esquerdas e direitas. Serra, esquerdista histórico, nasceu do movimento estudantil e difere de Dilma que também veio da esquerda, pois ela, adolescente da classe médica mineira, filha de búlgaros, optou por pegar em armas. Serra fez a linha do discurso ao que se sabe mais moderado e acabou se exilando no Chile, usufruindo das benesses da classe média burguesa  e conheceu a sua mulher Mônica neste imbróglio chileno.

Dilma nunca escondeu seu apego a ideologia e filha de gente de muito dinheiro, optou pela via mais difícil, poderia ter se acomodado nas delícias da sua classe, mas, se enfiou pelos caminhos da luta de armas e levou o epíteto de guerrilheira e até de extremista, que carrega até hoje.

Marina Silva, da esquerda, fez sua incursão na guerrilha da selva amazônica acriana e, analfabeta, lutou pela ditadura da sobrevivência. Doente na sua infância e adolescência, só não passou fome por que tinha Deus ao seu lado. Sua biografia lembra muito a do presidente Lula, retirante nordestino que passou fome, vendeu picolé nas balsas do Itapema em Vicente de Carvalho no Guarujá e, sindicalista de sucesso, chegou a presidência da República com o mais alto patamar de aceitação de todos os presidentes brasileiros.

Todos vieram do proletariado, excetuando Dilma que era burguesa de infância e adolescência e optou passar a lutar pela classe contraria a sua e pegou nas armas para derrubar a ditadura que se impunha desde o ano de 1964.

Todos estão bem e usufruindo das benesses de planos econômicos bem encetados desde a época de FHC, que plantou o Real juntamente com o presidente Itamar e que teve em Lula e seus assessores, a perspicácia de terem plantado no que havia de positivo, construírem durante oito anos um belo modelo de eficácia econômica e política.

As classes pobres ascenderam na era Lula, a classe média usufruiu e se manteve estável e os ricos, empresários e banqueiros não tem motivos para se queixarem dos altos ganhos neste período governado pelo presidente operário, paparicado pela mídia internacional como “o Cara”, por Obama, Rainha Elizabeth, Gordon Brown e um elenco de autoridades e empresários de respeito internacional.

O que se discute nestas eleições é a estabilidade econômica que está vivendo o Brasil e que reflete na harmonia política e índices astronômicos de popularidade do governo que dão ao candidato Serra enormes dificuldades para combater. Como criticar um governo que tem índices tão elevados?

Os burgueses e proletários estão em campo e se Marina Silva, a verde presidencial não for a terceira via que pode abalar o primeiro turno, as coisas caminham celeremente para uma decisão no primeiro turno, a não ser que haja uma hecatombe internacional e que mudem os rumos da economia e da política, mas, em 45 dias é muito difícil que isto ocorra a ponto de mudar as urnas do dia 3 de outubro.

Hércules Góesmestrando em direito ambiental pela Unisantos, foi pré-candidato a senador PV/SP, pré-candidato a prefeito de Santos em 2008 e atualmente editora e dirige o Jornal, Revista, Rádio, Portal e TV Ecoturismo.

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