O futuro da pesquisa e sua aplicação no campo foram amplamente debatidos durante o segundo dia do Seminário Agenda do Agronegócio – Agricultura do Futuro, realizado nesta quarta-feira, 3 de maio, em Ribeirão Preto. O evento é organizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em parceria com a Oceano Azul Eventos, durante a Agrishow 2017 e tem programação até a próxima sexta-feira, 5.
Para realizar o debate, estiveram presentes o pesquisador e diretor geral do Instituto Agronômico (IAC), Sérgio Carbonell; o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues; o pesquisador e ex-diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana; além do vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Márcio França.
A abertura da conferência foi realizada pelo prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira Junior, e pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que na ocasião ressaltou o trabalho desenvolvido pela Pasta em conjunto com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) para a implantação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) dos institutos ligados à Secretaria. “Preparamos todo o arcabouço jurídico e administrativo para fazer uma verdadeira mudança cultural que é exigida nos dias de hoje”, enfatizou Arnaldo Jardim.
Em sua explanação, Sérgio Carbonell, diretor do IAC, mostrou a importância da pesquisa científica desenvolvida pelos institutos da Secretaria de Agricultura para o dia a dia da população. Como exemplo, ele citouos feijões carioca e carioquinha, que foram desenvolvidos pelo IAC, na década de 1970. e mudaram o hábito de consumo de toda a população brasileira.
“Essa mudança de hábito ajudou a desenvolver toda a parte industrial dessa cultura. Como exemplo desse desenvolvimento, hoje em dia ninguém mais escolhe feijão como antigamente. É um reflexo do desenvolvimento da indústriaimpulsionado pela pesquisa científica”, argumentou.
Carbonell frisou ainda que, de acordo com o estudo realizado pela Apta, para cada R$1,00 investido em pesquisas da Agência são devolvidos R$11,40 para a sociedade.
Silvio Crestana, que foi diretor-presidente da Embrapa entre 2005 e 2009 – período considerado o de ressurgimento da Empresa -, traçou um panorama do que deve ser o futuro da pesquisa agropecuária no Brasil. Para ele, o desafio está na questão do financiamento para que o Brasil cumpra as agendas de pesquisa voltadas para o setor dos agronegócios nos campos estratégico, social e internacional.
“Eu só vejo uma maneira para o Brasil hoje cumprir essa agenda que é com empréstimo internacional. A ciência e tecnologianão terá dinheiro nos próximos anos devido às prioridades que o Brasil tem com educação, saúde, segurança e infraestrutura, por exemplo. Enquanto isso a ciência não pode esperar 5 ou 10 anos porque assim estaremos fora do mundo moderno, perderemos nossa competitividade. A Embrapa só fez o avanço que fez porque foi atrás de dinheiro internacional.Esse é um dinheiro, como mostrou o Carbonell, que retorna para a sociedade, tem um impacto”, analisou Crestana.
Para Roberto Rodrigues,o aumento da população projetado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nas próximas décadas gerou um fato inédito para o Brasil: uma demanda de fora para dentro do país de aumento da produtividade.
“A OCDE diz que em 10 anos precisamos aumentar em 20% a oferta de alimentos para que haja paz no mundo. E para que o mundo cresça 20%, em média, por sua importância para o abastecimento, o Brasil tem que crescer 40%. Ou seja, o mundo pede para que o Brasil crescer em 10 anos o dobro do que o mundo crescerá. E podemos fazer isso, porque temos terra disponível e temos fundamentalmente tecnologia”, projetou o ex-ministro.
No encontro, o vice-governador Márcio França, destacou o investimento de R$120 milhões da Fapesp, destinados à modernização dos institutos de pesquisa do Estado. Além disso, ele também destacou a importânciado Estado de São Paulo para o financiamento das pesquisas desenvolvidas no Brasil. “São Paulo, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado, a Fapesp, é responsável por cerca de 75% do financiamento das pesquisas do país. E esse dinheiro só pode ser aplicado em pesquisa porque anos atrás uma lei estadual destinou um por cento do ICMS recolhido no Estado para a Fundação”, disse.
O Seminário Agenda do Agronegócio – Agricultura do Futuro tem o apoio institucional da EPTV e apoio de mídia do jornal A Cidade e das rádios CBN e Jovem Pan.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo