Preservar a cultura indígena pode ser rentável economicamente. Essa é a aposta da Secretaria de Turismo do Acre, que está criando estruturas para permitir visitas turísticas às aldeias do estado.
Um dos projetos pioneiros é o festival do povo yawanawá, que começa neste domingo (25). Para a festa, que celebra seus costumes tradicionais, os índios fizeram uma parceria com uma agência de turismo da região, que vendeu pacotes para a participação na celebração.
O governo apoia a iniciativa, que gera renda para a aldeia e movimenta a economia local. “Nos primeiros festivais o governo era o patrocinador integral. Nos últimos três anos, começamos a fazer o apoio técnico, e houve um fortalecimento da organização indígena”, afirma Cassiano marques, secretário de Turismo. Segundo ele, a operação é centralizada pela agência de turismo, que remunera os índios por cada serviço prestado, como o fornecimento de transporte, hospedagem e alimentação.
De acordo com Marques, a presença de turistas não distorce a tradição indígena, como ocorre em alguns outros pontos da Amazônia, em que vestimentas, danças e cantos são exibidos apenas para agradar os visitantes. “No caso do Acre, não existe a folclorização das culturas indígenas”, afirma.
Para chegar à Terra Indígena Rio Gregório, onde moram os yawanawás, é necessário partir por terra de Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do estado, e andar até as margens do rio que batiza a reserva. De lá, são oito horas de barco pela mata intacta até chegar à aldeia Nova Esperança, onde ocorrem as festas.
Roteiro indígena
Para ampliar o turismo nas aldeias, Marques planeja criar um roteiro turístico batizado de “Caminho das Aldeias e da Biodiversidade”, cujo principal atrativo será a visita a seis povos indígenas, que já estão sendo preparados para saber lidar com os visitantes.
Iberê Thenório Do Globo Amazônia
Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação