Dia do alberguista

?foi comemorado nesta sexta-feira (15). Os brasileiros são os turistas que mais fazem amigos quando viajam, segundo pesquisa; e os albergues, os meios de hospedagem que mais favorecem essa interação

Conhecer pessoas, fazer amigos e conviver, mesmo que temporariamente, com pessoas de diferentes países, culturas e religiões: essa é uma das principais vantagens de se hospedar em albergues ou hostels, como também são chamados. “A interação social é uma das premissas dos albergues. E um dos critérios para se tornar um hostel é justamente a existência de espaços de convivência, além dos quartos compartilhados, para que as pessoas possam conversar e se conhecer”, disse Aurélio Araujo, diretor de comunicação da Hostelling International (HI) no Brasil.

A boa notícia é que o Brasil é o país mais propício para esta interação, especialmente durante as viagens. Segundo um estudo realizado pela rede de hotéis Mercure, 84% dos turistas brasileiros fazem amigos quando viajam, número superior à média mundial (56%).  A pesquisa foi feita com cinco mil pessoas de 16 a 65 anos, em 13 países.

As amizades, muitas vezes, garantem o sucesso do passeio. O estudante universitário Fernando Fonseca, de 23 anos, disse que recebeu dicas de amigos que conheceu durante as viagens sobre como economizar em restaurantes e a melhor forma de se locomover com segurança nas praias mais disputadas de Recife. Além disso, segundo ele, “dividir o quarto é uma forma de treinar o respeito e a cidadania”, afirma. Os alberguistas em geral são jovens entre 22 e 36 anos e estão em busca de aventuras. De acordo com a pesquisa da Mercure, a maioria (67%) dos turistas brasileiros costuma acionar os colegas na tentativa de obter relatos sobre o destino; apoio em caso de emergência e alguém para lhe fazer companhia durante o passeio. A média nos outros países pesquisados é de 45%.

Os preços mais baixos também contam a favor dos albergues. A diária de um hotel simples em Copacabana (RJ) custa cerca de R$ 200. Já a hospedagem em um albergue pode custar R$ 40. Para o diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes, os albergues hospedam boa parte dos turistas que viajam pelo Brasil. “Durante a Copa do Mundo, por exemplo, cerca de 10,6% dos visitantes internacionais escolheram albergues ou campings para se hospedar no país”, disse José Francisco.

Segundo Luiz Geraldo Santos, gerente de um dos hostels mais conhecidos do Rio de Janeiro houve um aumento considerável do número de turistas domésticos que usam esse meio de hospedagem. “Hoje os brasileiros já chegam a cerca de 65%”, disse. O aumento da demanda foi acompanhado pelo crescimento do número de albergues no Brasil nos últimos anos. É o que afirma Aurélio Araújo, da HI Brasil. Em São Paulo, por exemplo, o número de albergues passou de 26, em 2010, para mais de 80 este ano. “A realização da Copa do Mundo impulsionou este aumento”, disse.

O Brasil está entre os 15 países com maior quantidade de albergues em todo o mundo, sendo o líder na América Latina, segundo a Hostelling International. Atualmente existem 164 hostels e albergues inscritos no Sistema de Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas do Ministério do Turismo, o Cadastur, e mais de 30 mil turistas credenciados à rede Hostelling International no Brasil.

Segurança

Alberguistas de primeira viagem não devem esquecer os cadeados para os armários de quarto, malas e mochilas. Durante a reserva, será possível escolher entre quartos compartilhados femininos, masculinos e mistos. Se a ideia é ter mais privacidade, prefira os que oferecem quartos individuais e para casais. Alguns albergues também não oferecem café da manhã, toalhas e roupas de cama. Vale verificar no momento da reserva.