COPA-2014
Estado mantém pleito sem divisão com SP e também já mira final da Copa das Confederações

NELSON BARROS NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A proposta de sediar apenas a festa de abertura, enquanto a partida inaugural ficaria com São Paulo, não satisfaz o comitê de Salvador para a Copa de 2014.
“Show na Bahia é uma questão de bom senso, o óbvio ululante”, chega a dizer o secretário estadual para o evento, Ney Campello, antes de completar: “Queremos, sim, o jogo de abertura”.
A Folha apurou que a solução é vista dentro do Ministério do Esporte como forma de diminuir a pressão das cidades interessadas em abrigar a estreia do Mundial.
Belo Horizonte e Brasília também já se ofereceram.
A ideia seria seguir o precedente da última Copa, na África do Sul, em que a festa e a primeira partida ocorreram em estádios e dias diferentes, embora na mesma cidade: a celebração no Orlando Stadium, em Soweto, ao passo que o jogo no Soccer City.
“A gente ficou feliz em saber que o ministro [Orlando Silva, baiano radicado em São Paulo] pensa no compartilhamento. É um gesto de reconhecimento da nossa capacidade”, afirma Campello.
“Porém, mantemos o pleito por uma questão muito simples: trata-se de um procedimento já sendo edificado e outro ainda sem nem mesmo a modelagem definida.”
“Hoje, sem nenhuma arrogância, estamos numa condição eu diria vantajosa em relação a São Paulo”, disse.
Dizendo-se com as obras da nova Fonte Nova adiantadas, a capital baiana já vislumbra outra novidade: sediar a final da Copa das Confederações, em meados de 2013, que funciona como um teste da Fifa para o Mundial.
“Agora vamos oficializar isso. Assim, além de você ter a possibilidade de experimentar o equipamento para algo mais completo, que é a abertura, há a demonstração de que a nossa arena estará efetivamente pronta em 2013”, declara Campello.
Segundo ele, a reconstrução do estádio caminha dentro do prazo e até junho estarão erguidas todas as fundações. A questão financeira, amparada por empréstimos de R$ 591 mi via BNDES e Banco do Nordeste, idem.
“Domingo retrasado, recebemos a visita de um consultor da Fifa para estádios [Charles Botta], e ele falou de forma bastante positiva”, acrescenta o secretário.
A exemplo de Brasília, pesa contra Salvador a dificuldade de seu aeroporto em dar conta da demanda de passageiros -em Belo Horizonte, a capacidade hoteleira também seria um problema.
A Fonte Nova ainda precisaria de arquibancadas móveis (na parte livre do formato em ferradura da arena) para atingir a capacidade mínima da abertura, de 60 mil.

Fonte: Folha de São Paulo