Setores público e privado estiveram juntos debatendo questões importantes para uma retomada efetiva do setor sucroenergético
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) recebeu positivamente as declarações e respostas do setor público dadas à indústria sucroenergética no que diz respeito à retomada do crescimento, durante a 24ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética, a Fenasucro & Agrocana, realizada em Sertãozinho (SP).
Na cerimônia de abertura da feira, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse considerar o ano de 2016 como o de recuperação do setor sucroenergético, valorizando sua força econômica, social e ambiental. “Dificilmente temos uma cadeia produtiva tão completa que, do ponto de vista social, gera 1,1 milhão de empregos diretos, do ponto de vista econômico, produziu R$ 45 bilhões em 2015 no Estado de São Paulo e, do ponto de vista ambiental, fornece energia limpa e renovável”, explicou Alckmin.
O governador também fez coro ao discurso prévio da presidente da UNICA, Elizabeth Farina, sobre a necessidade de regras estáveis e previsibilidade política e econômica para que o setor volte a investir e trazer mais resultados positivos ao País. Ele disse ser fã da cana-de-açúcar porque é fã do emprego, do desenvolvimento e da sustentabilidade.
Elizabeth elogiou o governo do Estado pela estabilidade das regras para o setor, reforçando que políticas mais claras no Brasil são fundamentais para um novo ciclo virtuoso de investimento, crescimento e geração de empregos. “Estamos na maior feira da indústria sucroenergética e as empresas de bens de capital, que são as primeiras a assumirem riscos na atividade produtiva, sinalizam essa vontade e confiança no setor público”, comentou a executiva.
A Feira registrou recorde de público nesta edição, com 35 mil visitantes de todos os estados brasileiros e de 46 países.
VI Seminário Ceise Br / UNICA sobre Bioeletricidade
Com a presença de mais de 200 participantes, a sexta edição do Seminário organizado pelo Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) e pela UNICA na Fenasucro & Agrocana abordou diversas discussões relevantes à bioeletricidade com apresentações de especialistas e políticos da área.
A abertura teve a participação do secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix Bezerra, que trouxe um novo ânimo ao público.
O Ministério de Minas e Energia (MME) se comprometeu em definir o papel do setor sucroenergético até dezembro deste ano em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e entidades do segmento canavieiro. “Esperamos que em 2017 possa tramitar no Congresso um plano concreto, visando resgatar usinas, atrair novos investimentos e áreas de plantio e equilíbrio econômico”, afirmou o secretário.
Ele também propôs a elaboração da “Carta de Sertãozinho” com as principais demandas da cadeia produtiva, como um passo inicial para avançar na construção de uma política clara para a matriz energética brasileira com a participação dos biocombustíveis e da bioeletricidade.
“Ficamos muito felizes com essas declarações e compromissos. Aceitamos esse desafio porque sabemos da nossa capacidade produtiva e nos avanços que o setor pode trazer ao País, como geração de empregos, economia e sustentabilidade”, afirma Elizabeth Farina.
Ainda na abertura do evento, os presidentes da UNICA e do Ceise Br entregaram quadro de homenagem ao secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento e deputado Federal licenciado, Arnaldo Jardim, em reconhecimento ao apoio e trabalho contínuo para o desenvolvimento da agroindústria da cana no Brasil.
Durante os debates, o secretário Estadual de Energia e Mineração, João Carlos de Souza Meirelles, ministrou uma palestra sobre as oportunidades no Brasil e, particularmente no Estado de São Paulo para o avanço da produção de etanol, açúcar e biogás da vinhaça. “Temos que pensar seriamente como suprir a demanda de energia elétrica a partir de 2018/2019. Em São Paulo, temos trabalhado com um horizonte de 25 anos para que tenhamos plena utilização das energias renováveis, ou seja, máxima produção de biomassa, de solar, de eólica e de gás natural”, concluiu.
Os demais debates abordaram questões como a comercialização da bioeletricidade no mercado livre, no mercado regulado e aspectos tecnológicos.
Para o gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza, o evento mostrou que embora haja uma sobrecontratação de energia por parte das distribuidoras, também há previsão de leve recuperação do consumo de energia a partir do ano que vem. “Isto faz com que o momento seja ideal para as diversas esferas de governo, juntamente com os empresários, trabalharem para a bioeletricidade retornar efetivamente aos leilões regulados, para o fortalecimento do mercado livre de energia e para a difusão de novas tecnologias”, observou Souza.