A empresa Bioenergy está com projeto de R$ 6 bilhões para construir 50 parques eólicos no Maranhão. A implantação deles, no entanto, ainda depende dos leilões do governo federal.
Em um leilão que deve ocorrer em dezembro, a companhia pretende entrar com 20 projetos para o Estado, no total de R$ 2 bilhões. Os outros 30 parques ficarão para o período de 2013 a 2015.
Antes, a empresa planejava instalar alguns deles no Rio Grande do Norte. “Mas os ventos no Maranhão também são favoráveis. Além disso, o Rio Grande do Norte está com muitos parques em instalação e tem problemas com linhas de transmissão”, diz o presidente da empresa, Sérgio Marques.
As linhas não são suficientes para escoar toda a produção. O RN tem hoje quatro parques prontos e 12 em construção. Desse total, dois concluídos e cinco em obras são da Bioenergy.
O presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Ricardo Simões, diz que outras empresas estudam construir suas usinas no Maranhão.
“O vento de lá atrai. As empresas passaram a pesquisar áreas menos óbvias [para produzir energia] e, hoje, a expectativa do mercado para a região é muito grande.”
Atualmente, não há parques em construção nem em operação no Maranhão.
Minas Gerais e São Paulo também são Estados que vêm sendo observados pelos empresários, segundo Simões. Além da Bahia, que tem oito em construção e “terá um crescimento assustador”.

FRANQUIA PROFISSIONAL
O setor de franquias, que muitas vezes se origina de empresas familiares, começa a ganhar características de profissionalização.
Mais de 30% dos executivos responsáveis têm pós-graduação ou MBA, alguns no exterior, segundo estudo da consultoria Vecchi Ancona. O número é alto, em um contexto em que muitas redes surgiram de negócios próprios de comércio, sem obrigatoriedade de alta formação.
Outro sinal da profissionalização é o alto número de sócios (46,3%) que já receberam contato para vender a marca.
“Nos anos 1990, não existia a percepção de que uma rede poderia ser criada para ser vendida depois. Era para ficar para os filhos”, diz Ana Vecchi, sócia da consultoria.
Novato no mundo de fusões e aquisições, o setor ainda enfrenta o “conflito de ego” de ser vendido a um concorrente. “Alguns empresários são sondados e não vendem, como se fosse ofensa.”

MÃO ITALIANA
A grife centenária de móveis italianos Giorgetti chega hoje ao Brasil.
Os preços variam de R$ 5 mil, uma cadeira, a uma mesa de R$ 90 mil. Cerca de 30% da fabricação ainda é feita à mão em Meda, a 40 minutos de Milão.
A marca faz coleção anual de mobiliário para uma casa, menos o de cozinha e armários. Cada peça sai da fábrica com um certificado de fabricação e vistoria.
“O estilo é puro Giorgetti”, brinca. “Moderno, sem ser minimalista”, diz Carlo Giorgetti, CEO da empresa e membro da terceira geração da família do fundador.
“Nunca seguimos moda para que o produto não tenha vida curta. Mas design, qualidade e conforto, sim”, afirma o empresário.
“A cadeira vermelha, por exemplo [na foto ao lado; a partir de R$ 20 mil], levou anos para ser desenhada”, lembra ele.
“Até que tive a ideia definitiva ao ver uma bela mulher de corpete: a cadeira, de aço flexível, adapta-se ao corpo de quem se senta e depois volta à posição inicial.”
Cerca de 20 modelos da marca serão distribuídos no Brasil pela Collectania.

Resistência O mercado de fusões e aquisições no Brasil teve 64 transações anunciadas em agosto, segundo a PwC. O volume está equilibrado com o mesmo período de 2010 (67). “Mesmo nos últimos meses de crise internacional, o Brasil tem se mantido em volume e valor, enquanto as fusões e aquisições no mundo caíram bastante”, diz Alexandre Pierantoni, sócio da PwC.

SANTA PREVIDÊNCIA
Igreja também busca produto de previdência. O plano de benefícios Messius, que tem mais de 500 participantes e a Igreja Messiânica Mundial do Brasil como patrocinadora, passa a ser administrado pela BB Previdência.
Com o acordo, o primeiro do tipo com uma entidade religiosa, a companhia captará mais de R$ 50 milhões.
O grupo religioso também tem empresa de jardinagem e fundação educacional.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

 

Fonte: Folha de S. Paulo