O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende divulgar amanhã as condições da linha de financiamento para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser erguida no rio Xingu (PA).

O presidente da instituição financeira, Luciano Coutinho, admitiu que, a menos de uma semana do leilão –marcado para terça-feira (20)– de outorga de construção do projeto, a definição das condições para a obtenção de crédito para o projeto está atrasada. Ele garantiu, no entanto, que a linha será mais atraente, se comparada às regras das usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.

“As condições finais estão sendo ultimadas. Estamos atrasados porque quisemos aperfeiçoar e dar melhores condições para quem for construir a usina. Por ser um projeto muito maior e pelo risco do ponto de vista geológico, recomenda-se melhores condições, mas nada extraordinário”, afirmou, em entrevista coletiva, na sede do banco.

A ideia é que 70% do valor total do projeto seja financiado pelo banco. O BNDES tem autorização para liberar até R$ 13 bilhões de forma direta, pelas regras que limitam a utilização de até 25% do patrimônio de referência. Com custo estimado em, pelo menos, R$ 20 bilhões, o complemento poderia vir por operações indiretas, via outras instituições financeiras.

Coutinho defendeu a construção da usina, cujo projeto vem sendo alvo de protestos de ambientalistas. Em visita ao Brasil, o diretor de cinema James Cameron, do filme “Avatar”, condenou a implementação de Belo Monte.

“Não fazer Belo Monte significa ter que usar térmicas e outras fontes mais poluentes para substituir a capacidade de produção da usina. Belo Monte é um projeto eficiente do ponto de vista de uso dos recursos hídricos”, comentou.

FSP