Artigo publicado originalmente em inglês no Huffington Post – Reino Unido.
O Brasil avançou 23 posições e ficou em primeiro lugar entre os países da América Latina no ranking de competividade de turismo do Fórum Econômico Mundial, divulgado em maio último. Um dos fatores que contribuiu para esse resultado foram os investimentos realizados nos últimos anos para sediar grandes eventos, principalmente esportivos. Ao analisar 14 dimensões do segmento, o estudo, que compara dados de 140 países, mostra que entre nossos pontos fortes estão os recursos naturais, como parques nacionais, e recursos culturais.
Com diversos parques abertos à visitação e lindas paisagens, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking quando se considera apenas as potencialidades dos recursos naturais. É preciso investir em infraestrutura nos parques nacionais de maneira a permitir o uso e a preservação desses espaços, gerando emprego e renda para as pessoas que vivem nas imediações. Entre 2006 e 2013, o número de visitantes nos Parques Nacionais brasileiros passou de 1,9 milhão para 6 milhões, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). E isso deve-se as políticas de concessão e de parcerias público-privadas que serão ampliadas, inclusive com empresas internacionais com experiência na área.
Mas podemos ir ainda mais longe. Um exemplo que pode inspirar o Brasil são os Estados Unidos, onde 282 milhões de pessoas visitaram, em 2012, os 401 espaços administrados pelo National Park Service, órgão responsável pelos parques norte-americanos e que gerou receita de US$ 30 bilhões e 252 mil empregos com as atividades de visitação desses parques. No Brasil, de acordo com o ICMBio, existem 320 unidades de conservação nacional que podem ser destinadas à exploração sustentável de recursos naturais, preservação o ecossistema e visitação para educação ambiental.
De acordo com o estudo, os investimentos realizados para a Copa do Mundo, entre junho e julho de 2014, e as Olímpiadas de 2016 no Rio de Janeiro tiveram um papel importante no avanço do Brasil, que passou da 51ª para a 28ª posição no ranking das economias mais competitivas do mundo na área de turismo. O relatório destaca ainda os recursos culturais brasileiros, item no qual o País ficou na oitava colocação, com um avanço de 14 posições em relação ao ranking anterior, publicado em 2013. Em 2014,durante a Copa, os estrangeiros que visitaram mais de 450 cidades puderam conhecer parte da diversidade cultural do Brasil.
O Brasil também melhorou seu desempenho no ranking em outros itens: infraestrutura aeroportuária (de 48º para 41º), número de estádios (de 63º para 3º), infraestrutura turística (60º para 51º), competitividade de preços (126º para 81º) e educação, com as melhorias apresentadas no ensino primário (60º para a 18º). Entre os pontos negativos, o relatório citou a abertura internacional (94ª para a 102ª colocação) e ambiente de negócios (queda da 119º para 126º). Para integrar o Brasil na cadeia produtiva internacional do segmento de turismo, a Embratur vai ampliar seu escopo de atuação, agora também com o objetivo de atrair investimento estrangeiros e melhorar o ambiente de negócios.